sábado, 15 de fevereiro de 2025

"História do Futuro: O Horizonte do Brasil no Século XXI", de Míriam Leitão

O livro "História do Futuro", da jornalista Míriam Leitão, é muito relevante e deveria ser conhecido pelo maior número de pessoas possível.

Ele aborda o cenário brasileiro (e mundial) em seus mais diversos aspectos, revisitando o passado para entender o presente e, a partir de então, projetar o futuro.

É uma obra que proporciona inúmeros aprendizados, de leitura agradável e didática. Por conta disso, em todas as ocasiões nas quais abria esse volume para desfrutá-lo um pouco, descobria fatos interessantes e/ou desconhecidos.

Além disso, sendo uma publicação de 2015, ou seja, de uma década atrás, há várias colocações que Míriam conjectura para o futuro que já estamos conseguindo observar atualmente -- a maioria delas pessimistas, infelizmente, como o ponto de não retorno da Amazônia e o aumento de desastres naturais, como as enchentes e as secas.

Sendo assim, a leitura de "História do Futuro" é profundamente válida, seja para aprender mais sobre o Brasil e o mundo, seja para tornar-se um cidadão mais consciente.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

"O Tango da Velha Guarda", de Arturo Pérez-Reverte

Maravilhoso! Maravilhoso! Simplesmente maravilhoso! O livro em questão é uma verdadeira obra-prima, lapidada com extremo cuidado, pensada em cada detalhe.

A capa de "O Tango da Velha Guarda" já atrai. Nela há uma fotografia em preto e branco da inigualável atriz Grace Kelly, no Hotel Carlton, em Cannes, durante o Festival de Cinema de 1955. O título também é intrigante, pois remete ao sedutor estilo musical e suas raízes.

O enredo aborda os encontros e desencontros entre Max Costa, um dançarino de tango golpista, e Mecha Inzunza, uma belíssima dama da alta sociedade, ocorridos em três momentos distintos da trajetória humana no século XX.

A obra cresce a cada página. Gradativamente, a leitura convida e estimula a virada das folhas de papel. O leitor envolve-se com a história, com os personagens, além de enxergar as situações, sentir os odores, ouvir as canções, experimentar as sensações.

Verdadeiramente, sem qualquer sombra de dúvida, é um dos melhores títulos que já li. E uma preciosa sugestão do saudoso e genial David Coimbra — provavelmente uma das últimas que fez em suas colunas no jornal Zero Hora.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

"Bons dias", de Machado de Assis

"Bons dias" é um livro de crônicas do genial e inigualável Machado de Assis, escritas sob pseudônimo em 1888 e 1889. Por não assinar esses textos, a autoria desse inesgotável escritor só foi descoberta na década de 1950.

As crônicas aqui apresentadas são maravilhosas, pois, além de retratarem o Brasil e sua gente da época, de um ponto de vista genuíno e presente do final do século XIX, o que já seria grandioso, tratam da sociedade contemporânea, uma vez que percebemos os mesmos trejeitos, vícios e comportamentos atualmente, seja na política, na religião ou na vida privada, só para citar alguns exemplos. O autor também discorre a respeito dos estrangeirismos que poluem a língua.

E, para finalizar, o tom irônico e perspicaz de Machado dá um toque especial à obra. Além disso, a habilidade notável do autor de contemplar a essência humana em qualquer época comprova o quanto ele é brilhante, imortal e único.

Uma leitura incrível!

sábado, 4 de janeiro de 2025

"Pedra Encantada e outras histórias", de Rachel de Queiroz

Este livro reúne surpreendentes narrativas da grandiosa Rachel de Queiroz, a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. 

Aqui, a escritora conta, de forma consistente e instigante, casos peculiares e, por vezes, engraçados, marcados pelo suspense, pelo (ir)real e pelos comportamentos e possibilidades humanas. 

Esta obra revela ao leitor os motivos que fizeram Rachel de Queiroz se tornar uma das autoras brasileiras mais notáveis, uma artista de visão ímpar e talento genuíno.

sábado, 21 de dezembro de 2024

"Solte os cachorros", de Adélia Prado

Não importa: seja em prosa, seja em verso, Adélia é poética!

"Solte os Cachorros" (1979) marca a estreia da autora em um livro de prosa. O formato mudou, mas a poesia não a abandonou em momento algum.

Na seção principal, homônima à obra, Adélia realmente "solta os cachorros", pois todas as páginas soam como desabafos. Nelas, a mineira "regurgita" suas impressões sobre a vida e o mundo, com destaque para os relacionamentos interpessoais e a religiosidade. Tudo isso é feito de forma aparentemente solta e misturada, em vastos blocos de prosa, onde a escritora utiliza-se tanto da forma quanto de sua transpiração poética para comunicar.

No restante do livro, em "Sem enfeite nenhum" e "Afresco", a autora experimenta temas, abordagens e formatos, construindo um encantador mosaico literário.

Por fim, em "Solte os Cachorros", diz e não diz, afirma mas confunde. No decorrer da leitura, o leitor nunca tem certeza se está lidando com ficção, autobiografia ou autoficção; se está lendo sobre Adélia, sobre uma mulher qualquer ou, até mesmo, sobre um homem. Em suas linhas, o dito transmite muito, mas o não dito grita!

"Solte os Cachorros" é uma joia muito bem lapidada, com uma falsa aparência de pedra bruta.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

"Palco dos Dias", de Eugênio Mazur

"Palco dos Dias" é um delicioso e instigante livro de poesia. Nele, o autor nos presenteia com poemas breves, que soam como capturas instantâneas, profundas percepções das minúcias da vida.

"Palco dos Dias" é pura poesia. Seus textos, embora pequenos em tamanho, são grandes em significado, convidando o leitor a desvendar seus enigmas.

Eugênio Mazur indaga e divaga sobre o passado, o presente e o futuro, utilizando palavras que despertam a hibernante sensibilidade do ser humano moderno.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

"Poltrona 27", de Carlos Herculano Lopes

"Poltrona 27" é um romance fascinante. Nele, o autor narra as experiências do protagonista Carlinhos, que realiza inúmeras viagens de ônibus entre Belo Horizonte e Santa Marta. Durante essas viagens, Carlinhos encontra diversos personagens e ouve suas histórias, formando um rico mosaico de narrativas. O autor utiliza esse belo mote para criar páginas e mais páginas de vivências inenarráveis.

Sendo assim, essa obra é uma autoficção muito agradável, revelando de forma verossímil aspectos importantes da formação do povo brasileiro.