domingo, 27 de dezembro de 2020

"A metamorfose", de Franz Kafka

"A metamorfose" é um livro genial e de profunda inspiração. Assim como o clássico "Os ratos", do gaúcho Dyonélio Machado, foi escrito super-rápido, é uma obra curta, mas com muito significado.

Em relação ao seu sentido, pode-se dizer que "A metamorfose" reúne inúmeras críticas e interpretações, adequando-se a várias realidades.

Na trama, o jovem Gregor Samsa acorda, certa manhã, e percebe que havia se tornado um enorme inseto. Segue-se a isso o seu novo modo de vida e as reações de seus familiares.

Imperdível!

domingo, 13 de dezembro de 2020

"O Corvo e Contos Extraordinários", de Edgar Allan Poe

Este é um livro que dispensa comentários e apresentações. O sinistro Edgar Allan Poe, o favorito de minha amada, é um escritor que fez escola em termos das literaturas de terror e de mistério. E, por conta de seu estilo original e de sua surpreendente criatividade, é um autor que sempre agrada e que será eternamente moderno, tendo em vista que o misterioso, o medonho, o fantástico, o surreal nunca deixam de despertar interesse.

E essa obra, que une o aclamado poema "O Corvo" e os "Contos Extraordinários" (incluindo títulos como "O gato preto", "A queda da casa de Usher", "Os assassinatos na rua Morgue", "O barril de amontillado") é indispensável.

domingo, 29 de novembro de 2020

"A origem da desigualdade entre os homens", de Jean-Jacques Rousseau

Nesta agradável obra filosófica, Rousseau investiga, desde os primórdios da sociedade, desde o momento histórico em que o ser humano começou a constituir a propriedade e a legislação, desde o instante mágico em que o homem passou a desenvolver seus talentos individuais e diferentes atividades, como teve início a desigualdade entre os diversos indivíduos, o estabelecimento de príncipes e plebeus, de senhores e servos.

Um livro muito interessante! Sobretudo, de minha parte, como admirador da Linguística, quando Rousseau trata a respeito do surgimento da linguagem falada.

domingo, 15 de novembro de 2020

"Para sempre", de Kim e Krickitt Carpenter

"Para sempre" conta a surpreendente e comovente história real do casal Kim e Krickitt Carpenter.

Depois de um romance encantador e do clímax ocasionado pelo casamento de ambos, a apaixonada (e apaixonante) dupla passa por uma tragédia logo no início da sua trajetória a dois. E só por meio de muito amor, comprometimento e fé é que eles vão superar os dias mais difíceis de suas vidas.

Um livro cativante e uma lição de humanidade.

domingo, 1 de novembro de 2020

"O médico e o monstro", de Robert Louis Stevenson

"O médico e o monstro" é um livro que vale a sua enorme fama. É uma obra pequena, mas audaciosa, que explora temáticas eternas: o verdadeiro EU; a personalidade que escondemos dos outros; a personalidade que emitimos e personificamos, em nome da civilidade; a (in)felicidade que provém de quando fazemos o que convém (aos outros ou a nós mesmo); os limites da ciência; dentre outros.

Em resumo, "O médico e o monstro" evidencia o bem e o mal que há em cada um de nós, provocando a seguinte reflexão: para você, para a sua vida, qual é o lado que mais valeria a pena ser desenvolvido, o bom ou o mau?

Sinceramente, uma obra literária que precisa ser lida.

domingo, 18 de outubro de 2020

"A dama de espadas", de Alexandre Pushkin

"A dama de espadas" é uma pequena narrativa russa que envolve mistério, misticismo, romance e drama.

Trata-se de uma leitura divertida, que delicia por sua inteligência e simplicidade.

Pushkin nos insere num enredo em que as coisas nem sempre estão sob controle e não é recomendável abusar da sorte. Ou seja, duas sentenças indicadas para todas as pessoas.

domingo, 4 de outubro de 2020

"O Homem", de Aluísio Azevedo

Surpreendente este romance sobre histeria, de Aluísio Azevedo. Mistura elementos românticos e naturalistas com pitadas de fantasia e horror. É quase um grande terror psicológico, como "O Iluminado".

Em meio aos dramas, delírios e caprichos de Magdá, Aluísio analisa os estilos de vida da alta sociedade e dos trabalhadores mais simples; estampa o jeito de agir da medicina; estuda os segredos mais íntimos que as pessoas são capazes de sustentar; registra os malefícios de certas regras sociais; e deleita de verdade os seus leitores.

Um livro recomendadíssimo a quem admira a boa e velha literatura.

domingo, 20 de setembro de 2020

"Caninos Brancos", de Jack London

"Caninos Brancos" é um livro impressionante e moderno, apesar dos seus mais de cem anos. A história, que possui várias adaptações, inclusive para o cinema, trata a respeito de um cão meio lobo (ou de um lobo meio cão), o seu surgimento, as suas descobertas, enfim, tudo pelo que ele passa.

Ao falar sobre Caninos Brancos, que é o nome do animal supracitado, Jack London expressa os mais íntimos sentimentos e comportamentos do ser humano - o que eu considero maravilhoso.

A obra encanta há décadas, influencia muitos outros títulos até hoje e é indicada para quem gosta de animais, de histórias emocionantes, bem como de análises comportamentais e psicológicas.

Uma excelente leitura! Um dos meus favoritos!

domingo, 6 de setembro de 2020

"Cândido ou O Otimismo", de Voltaire

Muito bom este livro do filósofo Voltaire! Por meio de uma narrativa divertida e bastante crítica, o autor trata sobre a natureza do ser humano e o funcionamento do mundo.

Na história, o ingênuo Cândido passa por inúmeras dificuldades por conta de pessoas mal-intencionadas, em desventuras ao redor do globo terrestre, sempre em busca de sua bela amada Cunegundes e de fatos e indivíduos que comprovem a superestimada teoria otimista do seu ídolo, o filósofo Pangloss.

Sendo assim, a obra reserva ao leitor reflexão, diversão e admiração.

domingo, 23 de agosto de 2020

"Uma lágrima de mulher", de Aluísio Azevedo

 "Uma lágrima de mulher", primeiro romance do brilhante Aluísio Azevedo, é tão relutante e atrevido, tão empolgado e temeroso, como um primeiro beijo apaixonado.

A obra em si é notavelmente mais fraca do que os consagrados títulos do autor. Aqui, um relacionamento entre um jovem desgraçado e uma moça pura (que, de uma hora para a outra, torna-se extremamente dissimulada) é narrado em meio a pontos altos e baixos na escrita; momento desinteressantes, enrolados e desnecessários, e outros bem desenvolvidos, revelando o enorme talento que estava amadurecendo no escritor.

Em suma, uma leitura importante de ser feita, mas que não me acrescentou nada, a não ser o seu conhecimento em minha bagagem cultural.

domingo, 9 de agosto de 2020

“A Lenda”, de Kurpag, M.

 A estimulante obra “A Lenda” trata sobre temas sempre pertinentes: diferença de recursos (e atenção) destinados a capitais e, por outro lado, a distritos esquecidos e pobres; informações corretas e concretas, em comparação com as crendices, boatos e mentiras em que alguns vivem imersos; o individualismo crescente em nosso mundo, levando a empatia a ser um dos temas mais atuais. E tudo isso o autor aborda em dois interessantes eixos, os quais permeiam a maior parte do livro: a desigualdade social e a confusão mental.

“A Lenda” apresenta, também, um bom fluxo narrativo, uma escolha vocabular notável, assim como a dose certa de suspense em diversos momentos.

Dessa forma, o livro em questão vale muito a pena, tendo em vista que diverte, propõe reflexões e permite que o leitor analise o seu próprio comportamento. 

domingo, 26 de julho de 2020

"O mandarim", de Eça de Queiroz

Excelente essa história curta do Eça! Por meio de uma narrativa instigante, o brilhante escritor português tece várias críticas à sociedade, adentra o curioso terreno oriental, mostra o quanto as pessoas valorizam os bens materiais, reforça que a posse não nos torna melhores nem mais felizes, assim como salienta que nada de bom surge da exploração de outros indivíduos (ou outros povos):

"Só sabe bem o pão que dia a dia ganham as nossas mãos: nunca mates o Mandarim!"

"[...] nenhum Mandarim ficaria vivo, se tu, tão facilmente como eu, o pudesses suprimir e herdar-lhe os milhões, ó leitor, criatura improvisada por Deus, obra má de má argila, meu semelhante e meu irmão!"

domingo, 12 de julho de 2020

"The Beatles: a biografia", de Bob Spitz

Contando com cerca de mil páginas e várias fotos históricas, essa biografia discorre muito sobre os Beatles. Tanto que tenho a sensação de conhecer algo a respeito desse grupo somente agora, após a leitura, pois eu não sabia nem 1% das informações contidas nesse livro.

"The Beatles: a biografia" revela tudo o que há de péssimo e de ótimo na fama. E, de certa forma, insinua o quanto ela é nociva para quem é famoso - por meio da aproximação de aproveitadores, que não permite mais saber quem é quem; da superexposição das pessoas, que impede que elas vivam plenamente; da vida de fantasia que é sustentada, que faz com que o indivíduo permaneça 24 horas por dia dentro do personagem; e do excesso de compromissos, que tira qualquer paz daquele que o tem.

Enfim, narrando realmente do princípio ao fim da trajetória dos quatro músicos de Liverpool, a obra oferece um mergulho profundo nesse universo, é útil para quem curte demais os Beatles, e até mesmo para aqueles que a leriam apenas por curiosidade, tendo em vista que é uma experiência que vale a pena e tem grandes ensinamentos a transmitir aos leitores.

domingo, 28 de junho de 2020

"Contando em miúdos", de João Bosco Medeiros

O livro em questão apresenta doze bons contos, que em comum possuem a angústia constante em seus personagens principais.

Essas histórias, não tão curtinhas, são muito bem escritas, permitindo uma experiência literária plural, alçando o autor João Bosco Medeiros à categoria dos grandes contistas brasileiros.

Então, é uma obra para quem gosta de contos densos, não tão dinâmicos, mas com sincera consideração pela existência humana e os seus percalços.

domingo, 14 de junho de 2020

"O pequeno médium", de Roberto de Carvalho

O livro "O pequeno médium" apresenta uma história vivida no interior, similar àquelas boas tramas que podem ser encontradas nos filmes feitos pelo Mazzaropi.

Porém, em meio a esse contexto agradável, surgem dramas muito intensos, que põem os personagens à prova e, de certa forma, "agitam os espíritos".

Enfim, apesar de não seguir o espiritismo, gosto de ler alguns desses romances, pois, além de trazerem à tona problemas reais e lições de vida, escancaram o melhor e o pior das pessoas. 

E, observando isso, pode-se dizer que essa obra de Roberto de Carvalho é bem escrita, tem uma narrativa interessante, assim como sugere ideias e fatos que instigam um olhar crítico por parte do leitor.

domingo, 31 de maio de 2020

"12 Lições da História", de Will e Ariel Durant

O sucinto livro "12 Lições da História" é dividido nos tópicos "A História e a Terra", "Biologia e História", "Raça e História", "Caráter e História", "Moral e História", "Religião e História", "Economia e História", "Socialismo e História", "Governo e História", "História e Guerra", "Crescimento e Decadência", "O progresso é real?", e revela as principais transformações passadas pela humanidade ao longo de sua História, além de comparar diferentes aspectos da vida humana nas épocas mais distintas.

É uma obra curiosa, na qual os autores não tiveram receio de expressar as suas opiniões e avaliações, permitindo e estimulando possíveis reflexões surgidas no âmago dos leitores. 

domingo, 17 de maio de 2020

"A garota do lago", de Charlie Donlea

"A garota do lago" é um suspense policial maravilhoso! Por meio de uma história super interessante e de um estilo narrativo perspicaz, Charlie Donlea assegura a empolgação do leitor da primeira à última página.

O livro trata sobre o misterioso assassinato da estudante universitária Becca Eckersley e a consequente investigação do caso pela repórter Kelsey Castle.

Assim, em meio a flashes narrativos a respeito das duas mulheres citadas acima, cabe ao leitor tentar descobrir quem pôs fim à vida da acadêmica e o que ocorreu no passado da jornalista.

Portanto, "A garota do lago" é uma obra envolvente, que conquista todos os tipos de público.

domingo, 3 de maio de 2020

"Persuasão", de Jane Austen

Ao começar a leitura desta última obra publicada por uma autora tão admirada por mim (e que, na realidade, é uma publicação póstuma), pude perceber que se trata de um de seus livros mais críticos em relação aos tipos de pessoas e ao funcionamento da sociedade da época. Pude observar, também, que a ação de persuadir aparece muito ao longo da narrativa, quando personagens tentam convencer outros a tomarem certas atitudes, indicando a ligação com o título da obra e justificando a sua escolha.

Sendo assim, através de uma trama muito humana, onde cada linha é digna de uma degustação atenciosa, elevando a obra ao nível de uma herança, um legado deixado por Jane Austen, constata-se que, com "Persuasão", a escritora pretendia mostrar como os indivíduos interferem na vida uns dos outros, tanto para o bem quanto para o mal, dependendo do caráter de cada um.

Uma verdadeira preciosidade que me foi dada pela minha amada esposa.

***

Separei um trecho de uma fala da personagem principal Anne Elliot, que provavelmente representa o pensamento de Jane Austen no decorrer de "Persuasão" e que, aqui, certamente retrata o sentimento (e a condição) das mulheres da época:

"[...] Homens têm toda a vantagem sobre nós, no que tange a contar a própria história. A educação deles é infinitamente superior à nossa; a pena está em suas mãos. [...]"

domingo, 19 de abril de 2020

"Razão e fé", de Jorge Mario Bergoglio (Papa Francisco), Abraham Skorka e Marcelo Figueroa

Nesta obra, três respeitáveis representantes de religiões distintas debatem acerca do paralelo entre ciência e religiosidade.

Segundo eles, o espaço para ambos na vida das pessoas é essencial. E o diálogo entre razão e fé deve existir, de maneira respeitosa e permanente (onde a humildade precisa prevalecer), cerceando todos os aspectos da vida humana.

Um livro muito interessante, principalmente para analisar e degustar os preciosos argumentos que esse importante trio de pensadores constrói.

domingo, 5 de abril de 2020

"Se abrindo pra vida", de Zíbia Gasparetto

A história do livro em questão começa bem interessante e realista, mas termina previsível e improvável.

Além disso, a sua narrativa é feita de maneira instigante, contendo apenas algumas falhas no uso da língua e em algumas falas super forçadas.

Contudo, de maneira geral, é uma obra que traz alguns ensinamentos pertinentes, como os convites a deixar a preguiça de lado, a não ser aproveitador, a não se vitimizar, bem como a acreditar no seu potencial.

domingo, 22 de março de 2020

"Trabalhos de amor perdidos", de William Shakespeare

"Trabalhos de amor perdidos" é uma comédia leve e agradável, que mostra a força das paixões e reforça a importância da prudência e da não banalização do amor.

A peça fala, também, sobre a fragilidade das promessas, dando a entender que as pessoas só mantêm os seus juramentos quando convém.

Enfim, Shakespeare. Indispensável!

domingo, 8 de março de 2020

"Dias melhores virão", de Jennifer Weiner

"Dias melhores virão" é um romance que tem por foco revelar como realmente as coisas são feitas em Hollywood. Nele, Ruth Saunders, uma moça com uma história de vida bem dramática, decide aventurar-se como roteirista de séries de televisão, em Miami. No entanto, quando estava perto de realizar os seus sonhos, encontra-se num labirinto de decepções, o que a leva a testar a sua força de vontade e o seu poder de superação.

A obra é muito bem escrita, recheada de momentos de drama, romance e comédia, sendo um meio de entretenimento de qualidade.

Um bom e agradável livro!

sábado, 22 de fevereiro de 2020

"Música do mundo", de Casimiro de Brito

A antologia poética "Música do mundo", do português Casimiro de Brito, contém poemas que perpassam várias décadas de sua carreira, revelando sensíveis mudanças na escrita desse autor ao longo do tempo - ainda que, em essência, seja perceptível que continua sempre a mesma.

De minha parte, achei a poesia de Casimiro de Brito realmente bela, uma vez que apresenta textos bem bonitos. Mas são poemas seletivos, de difícil compreensão. O poeta escolhe com dedicação as suas palavras, mesmo que não signifiquem nada para a maioria das pessoas. Então os seus lindos versos, super lapidados (apesar de uma distribuição lexical um tanto quanto estranha), até podem alçá-lo a um lugar diferenciado no coração da crítica. Contudo, sinto que esse escritor português não faz questão de se aproximar do público.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

"A ilustre casa de Ramires", de Eça de Queiroz

Desconsiderando a sua agradável narrativa, que trata da vida de Gonçalo Ramires, descendente de uma das principais famílias de Portugal (na ficção), "A ilustre casa de Ramires" traz ao público uma análise - ou amostragem - certeira e atemporal da conduta humana. Isso porque, apesar da história ocorrida no final do século XIX, os jeitos, os comportamentos, as falas dos personagens, tudo é idêntico às atitudes das pessoas do momento no qual estamos vivendo - algo que é bem perceptível nas obras shakespearianas, por exemplo.

Sendo assim, essa característica, somada a alguns diálogos geniais, fazem com que "A ilustre casa de Ramires" tenha se tornado um dos meus títulos favoritos do escritor português Eça de Queiroz. 

domingo, 26 de janeiro de 2020

"Desafio ao poder", de Adam Johnson

Esta enorme obra traz ao leitor um pouco da vida que se leva na Coreia do Norte. Contrapondo  a realidade e as ferramentas de alienação observadas no referido país, Adam Johnson centra a história em um órfão norte-coreano de forma criativa e inteligente.

Muito bem escrito, "Desafio ao poder", livro que agarra o leitor da primeira até a última página, venceu o prêmio Pulitzer em 2013 (de forma merecida, ouso dizer).

domingo, 12 de janeiro de 2020

"Do Olimpo a Camelot: um panorama da mitologia europeia", de David Leeming

Nesta interessantíssima obra, David Leeming faz um apanhado dos mitos europeus, desde as pinturas rupestres até a culminância no cristianismo. O autor identifica nas pinturas rupestres muito mais do que figuras representativas do meio de vida dos seus desenhistas e mostra como o cristianismo (e os seus respectivos personagens) foi influenciado por histórias e crenças anteriores, as quais esmiúça de modo instigante.

Por esses fatores, "Do Olimpo a Camelot" é um livro que pode ser indicado para aqueles que apreciam mitologia, bem como para os leitores que apenas procuram nesse título mais conhecimento e temáticas para reflexão.