sábado, 22 de fevereiro de 2020

"Música do mundo", de Casimiro de Brito

A antologia poética "Música do mundo", do português Casimiro de Brito, contém poemas que perpassam várias décadas de sua carreira, revelando sensíveis mudanças na escrita desse autor ao longo do tempo - ainda que, em essência, seja perceptível que continua sempre a mesma.

De minha parte, achei a poesia de Casimiro de Brito realmente bela, uma vez que apresenta textos bem bonitos. Mas são poemas seletivos, de difícil compreensão. O poeta escolhe com dedicação as suas palavras, mesmo que não signifiquem nada para a maioria das pessoas. Então os seus lindos versos, super lapidados (apesar de uma distribuição lexical um tanto quanto estranha), até podem alçá-lo a um lugar diferenciado no coração da crítica. Contudo, sinto que esse escritor português não faz questão de se aproximar do público.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

"A ilustre casa de Ramires", de Eça de Queiroz

Desconsiderando a sua agradável narrativa, que trata da vida de Gonçalo Ramires, descendente de uma das principais famílias de Portugal (na ficção), "A ilustre casa de Ramires" traz ao público uma análise - ou amostragem - certeira e atemporal da conduta humana. Isso porque, apesar da história ocorrida no final do século XIX, os jeitos, os comportamentos, as falas dos personagens, tudo é idêntico às atitudes das pessoas do momento no qual estamos vivendo - algo que é bem perceptível nas obras shakespearianas, por exemplo.

Sendo assim, essa característica, somada a alguns diálogos geniais, fazem com que "A ilustre casa de Ramires" tenha se tornado um dos meus títulos favoritos do escritor português Eça de Queiroz.