domingo, 23 de agosto de 2020

"Uma lágrima de mulher", de Aluísio Azevedo

 "Uma lágrima de mulher", primeiro romance do brilhante Aluísio Azevedo, é tão relutante e atrevido, tão empolgado e temeroso, como um primeiro beijo apaixonado.

A obra em si é notavelmente mais fraca do que os consagrados títulos do autor. Aqui, um relacionamento entre um jovem desgraçado e uma moça pura (que, de uma hora para a outra, torna-se extremamente dissimulada) é narrado em meio a pontos altos e baixos na escrita; momento desinteressantes, enrolados e desnecessários, e outros bem desenvolvidos, revelando o enorme talento que estava amadurecendo no escritor.

Em suma, uma leitura importante de ser feita, mas que não me acrescentou nada, a não ser o seu conhecimento em minha bagagem cultural.

domingo, 9 de agosto de 2020

“A Lenda”, de Kurpag, M.

 A estimulante obra “A Lenda” trata sobre temas sempre pertinentes: diferença de recursos (e atenção) destinados a capitais e, por outro lado, a distritos esquecidos e pobres; informações corretas e concretas, em comparação com as crendices, boatos e mentiras em que alguns vivem imersos; o individualismo crescente em nosso mundo, levando a empatia a ser um dos temas mais atuais. E tudo isso o autor aborda em dois interessantes eixos, os quais permeiam a maior parte do livro: a desigualdade social e a confusão mental.

“A Lenda” apresenta, também, um bom fluxo narrativo, uma escolha vocabular notável, assim como a dose certa de suspense em diversos momentos.

Dessa forma, o livro em questão vale muito a pena, tendo em vista que diverte, propõe reflexões e permite que o leitor analise o seu próprio comportamento.