domingo, 3 de maio de 2020

"Persuasão", de Jane Austen

Ao começar a leitura desta última obra publicada por uma autora tão admirada por mim (e que, na realidade, é uma publicação póstuma), pude perceber que se trata de um de seus livros mais críticos em relação aos tipos de pessoas e ao funcionamento da sociedade da época. Pude observar, também, que a ação de persuadir aparece muito ao longo da narrativa, quando personagens tentam convencer outros a tomarem certas atitudes, indicando a ligação com o título da obra e justificando a sua escolha.

Sendo assim, através de uma trama muito humana, onde cada linha é digna de uma degustação atenciosa, elevando a obra ao nível de uma herança, um legado deixado por Jane Austen, constata-se que, com "Persuasão", a escritora pretendia mostrar como os indivíduos interferem na vida uns dos outros, tanto para o bem quanto para o mal, dependendo do caráter de cada um.

Uma verdadeira preciosidade que me foi dada pela minha amada esposa.

***

Separei um trecho de uma fala da personagem principal Anne Elliot, que provavelmente representa o pensamento de Jane Austen no decorrer de "Persuasão" e que, aqui, certamente retrata o sentimento (e a condição) das mulheres da época:

"[...] Homens têm toda a vantagem sobre nós, no que tange a contar a própria história. A educação deles é infinitamente superior à nossa; a pena está em suas mãos. [...]"

domingo, 19 de abril de 2020

"Razão e fé", de Jorge Mario Bergoglio (Papa Francisco), Abraham Skorka e Marcelo Figueroa

Nesta obra, três respeitáveis representantes de religiões distintas debatem acerca do paralelo entre ciência e religiosidade.

Segundo eles, o espaço para ambos na vida das pessoas é essencial. E o diálogo entre razão e fé deve existir, de maneira respeitosa e permanente (onde a humildade precisa prevalecer), cerceando todos os aspectos da vida humana.

Um livro muito interessante, principalmente para analisar e degustar os preciosos argumentos que esse importante trio de pensadores constrói.

domingo, 5 de abril de 2020

"Se abrindo pra vida", de Zíbia Gasparetto

A história do livro em questão começa bem interessante e realista, mas termina previsível e improvável.

Além disso, a sua narrativa é feita de maneira instigante, contendo apenas algumas falhas no uso da língua e em algumas falas super forçadas.

Contudo, de maneira geral, é uma obra que traz alguns ensinamentos pertinentes, como os convites a deixar a preguiça de lado, a não ser aproveitador, a não se vitimizar, bem como a acreditar no seu potencial.

domingo, 22 de março de 2020

"Trabalhos de amor perdidos", de William Shakespeare

"Trabalhos de amor perdidos" é uma comédia leve e agradável, que mostra a força das paixões e reforça a importância da prudência e da não banalização do amor.

A peça fala, também, sobre a fragilidade das promessas, dando a entender que as pessoas só mantêm os seus juramentos quando convém.

Enfim, Shakespeare. Indispensável!

domingo, 8 de março de 2020

"Dias melhores virão", de Jennifer Weiner

"Dias melhores virão" é um romance que tem por foco revelar como realmente as coisas são feitas em Hollywood. Nele, Ruth Saunders, uma moça com uma história de vida bem dramática, decide aventurar-se como roteirista de séries de televisão, em Miami. No entanto, quando estava perto de realizar os seus sonhos, encontra-se num labirinto de decepções, o que a leva a testar a sua força de vontade e o seu poder de superação.

A obra é muito bem escrita, recheada de momentos de drama, romance e comédia, sendo um meio de entretenimento de qualidade.

Um bom e agradável livro!

sábado, 22 de fevereiro de 2020

"Música do mundo", de Casimiro de Brito

A antologia poética "Música do mundo", do português Casimiro de Brito, contém poemas que perpassam várias décadas de sua carreira, revelando sensíveis mudanças na escrita desse autor ao longo do tempo - ainda que, em essência, seja perceptível que continua sempre a mesma.

De minha parte, achei a poesia de Casimiro de Brito realmente bela, uma vez que apresenta textos bem bonitos. Mas são poemas seletivos, de difícil compreensão. O poeta escolhe com dedicação as suas palavras, mesmo que não signifiquem nada para a maioria das pessoas. Então os seus lindos versos, super lapidados (apesar de uma distribuição lexical um tanto quanto estranha), até podem alçá-lo a um lugar diferenciado no coração da crítica. Contudo, sinto que esse escritor português não faz questão de se aproximar do público.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

"A ilustre casa de Ramires", de Eça de Queiroz

Desconsiderando a sua agradável narrativa, que trata da vida de Gonçalo Ramires, descendente de uma das principais famílias de Portugal (na ficção), "A ilustre casa de Ramires" traz ao público uma análise - ou amostragem - certeira e atemporal da conduta humana. Isso porque, apesar da história ocorrida no final do século XIX, os jeitos, os comportamentos, as falas dos personagens, tudo é idêntico às atitudes das pessoas do momento no qual estamos vivendo - algo que é bem perceptível nas obras shakespearianas, por exemplo.

Sendo assim, essa característica, somada a alguns diálogos geniais, fazem com que "A ilustre casa de Ramires" tenha se tornado um dos meus títulos favoritos do escritor português Eça de Queiroz.