domingo, 6 de setembro de 2020

"Cândido ou O Otimismo", de Voltaire

Muito bom este livro do filósofo Voltaire! Por meio de uma narrativa divertida e bastante crítica, o autor trata sobre a natureza do ser humano e o funcionamento do mundo.

Na história, o ingênuo Cândido passa por inúmeras dificuldades por conta de pessoas mal-intencionadas, em desventuras ao redor do globo terrestre, sempre em busca de sua bela amada Cunegundes e de fatos e indivíduos que comprovem a superestimada teoria otimista do seu ídolo, o filósofo Pangloss.

Sendo assim, a obra reserva ao leitor reflexão, diversão e admiração.

domingo, 23 de agosto de 2020

"Uma lágrima de mulher", de Aluísio Azevedo

 "Uma lágrima de mulher", primeiro romance do brilhante Aluísio Azevedo, é tão relutante e atrevido, tão empolgado e temeroso, como um primeiro beijo apaixonado.

A obra em si é notavelmente mais fraca do que os consagrados títulos do autor. Aqui, um relacionamento entre um jovem desgraçado e uma moça pura (que, de uma hora para a outra, torna-se extremamente dissimulada) é narrado em meio a pontos altos e baixos na escrita; momento desinteressantes, enrolados e desnecessários, e outros bem desenvolvidos, revelando o enorme talento que estava amadurecendo no escritor.

Em suma, uma leitura importante de ser feita, mas que não me acrescentou nada, a não ser o seu conhecimento em minha bagagem cultural.

domingo, 9 de agosto de 2020

“A Lenda”, de Kurpag, M.

 A estimulante obra “A Lenda” trata sobre temas sempre pertinentes: diferença de recursos (e atenção) destinados a capitais e, por outro lado, a distritos esquecidos e pobres; informações corretas e concretas, em comparação com as crendices, boatos e mentiras em que alguns vivem imersos; o individualismo crescente em nosso mundo, levando a empatia a ser um dos temas mais atuais. E tudo isso o autor aborda em dois interessantes eixos, os quais permeiam a maior parte do livro: a desigualdade social e a confusão mental.

“A Lenda” apresenta, também, um bom fluxo narrativo, uma escolha vocabular notável, assim como a dose certa de suspense em diversos momentos.

Dessa forma, o livro em questão vale muito a pena, tendo em vista que diverte, propõe reflexões e permite que o leitor analise o seu próprio comportamento. 

domingo, 26 de julho de 2020

"O mandarim", de Eça de Queiroz

Excelente essa história curta do Eça! Por meio de uma narrativa instigante, o brilhante escritor português tece várias críticas à sociedade, adentra o curioso terreno oriental, mostra o quanto as pessoas valorizam os bens materiais, reforça que a posse não nos torna melhores nem mais felizes, assim como salienta que nada de bom surge da exploração de outros indivíduos (ou outros povos):

"Só sabe bem o pão que dia a dia ganham as nossas mãos: nunca mates o Mandarim!"

"[...] nenhum Mandarim ficaria vivo, se tu, tão facilmente como eu, o pudesses suprimir e herdar-lhe os milhões, ó leitor, criatura improvisada por Deus, obra má de má argila, meu semelhante e meu irmão!"

domingo, 12 de julho de 2020

"The Beatles: a biografia", de Bob Spitz

Contando com cerca de mil páginas e várias fotos históricas, essa biografia discorre muito sobre os Beatles. Tanto que tenho a sensação de conhecer algo a respeito desse grupo somente agora, após a leitura, pois eu não sabia nem 1% das informações contidas nesse livro.

"The Beatles: a biografia" revela tudo o que há de péssimo e de ótimo na fama. E, de certa forma, insinua o quanto ela é nociva para quem é famoso - por meio da aproximação de aproveitadores, que não permite mais saber quem é quem; da superexposição das pessoas, que impede que elas vivam plenamente; da vida de fantasia que é sustentada, que faz com que o indivíduo permaneça 24 horas por dia dentro do personagem; e do excesso de compromissos, que tira qualquer paz daquele que o tem.

Enfim, narrando realmente do princípio ao fim da trajetória dos quatro músicos de Liverpool, a obra oferece um mergulho profundo nesse universo, é útil para quem curte demais os Beatles, e até mesmo para aqueles que a leriam apenas por curiosidade, tendo em vista que é uma experiência que vale a pena e tem grandes ensinamentos a transmitir aos leitores.

domingo, 28 de junho de 2020

"Contando em miúdos", de João Bosco Medeiros

O livro em questão apresenta doze bons contos, que em comum possuem a angústia constante em seus personagens principais.

Essas histórias, não tão curtinhas, são muito bem escritas, permitindo uma experiência literária plural, alçando o autor João Bosco Medeiros à categoria dos grandes contistas brasileiros.

Então, é uma obra para quem gosta de contos densos, não tão dinâmicos, mas com sincera consideração pela existência humana e os seus percalços.

domingo, 14 de junho de 2020

"O pequeno médium", de Roberto de Carvalho

O livro "O pequeno médium" apresenta uma história vivida no interior, similar àquelas boas tramas que podem ser encontradas nos filmes feitos pelo Mazzaropi.

Porém, em meio a esse contexto agradável, surgem dramas muito intensos, que põem os personagens à prova e, de certa forma, "agitam os espíritos".

Enfim, apesar de não seguir o espiritismo, gosto de ler alguns desses romances, pois, além de trazerem à tona problemas reais e lições de vida, escancaram o melhor e o pior das pessoas. 

E, observando isso, pode-se dizer que essa obra de Roberto de Carvalho é bem escrita, tem uma narrativa interessante, assim como sugere ideias e fatos que instigam um olhar crítico por parte do leitor.