sexta-feira, 29 de março de 2024

"Conversa na sala", de Martha Medeiros

Excepcional este último livro de crônicas da gaúcha Martha Medeiros, cuja escrita me impressiona cada vez mais. Parece que, quanto mais desumano é o povo, mais humana é a Martha; quanto mais monótono é o povo, mais versátil é a Martha; quanto mais imaturo é o povo, mais madura é a Martha.

Martha Medeiros é a rainha da crônica brasileira por conquista, por talento, por bagagem, por merecimento. Martha nunca decepciona. Pelo menos, não a mim.

"Conversa na sala" é um diálogo leve (mas sério) com os leitores, de quem sabe o que e como dizer, estabelecendo um balanço pré, durante e pós-pandemia, para ver o que dá para salvar de e da humanidade.

Enfim, "Conversa na sala" é um bom companheiro diário!

sábado, 16 de março de 2024

"Anotações durante o incêndio", de Cíntia Moscovich

Neste livro composto por onze contos, a gaúcha Cíntia Moscovich mostra que domina como poucos os artifícios para se produzir textos curtos significativos e eternos.

As histórias escritas por Cíntia são encantadoras, profundas, artísticas sem serem excludentes.

A autora nos detalha o íntimo do ser humano e suas inquietações, sem julgar os seus personagens. Aqui, as coisas e as pessoas são como são.

Uma leitura inesquecível!

sábado, 2 de março de 2024

"Convém Sonhar", de Miriam Leitão

Ler esta coletânea de crônicas redigidas por Miriam Leitão é aprender sobre os principais fatos e aspectos do Brasil nas últimas décadas; é surpreender-se com a inteligência e a escrita dessa consagrada jornalista; é presentear a si mesmo com um livro que deleita e instrui; é constatar qual é o melhor e o pior do ser humano; é testemunhar as mudanças mais relevantes na sociedade moderna; é tudo isso e mais um tanto.

Enfim, ter essa obra em mãos é possuir um tesouro brasileiro diante de si.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

"O Silêncio", de Gaspar Hernàndez

Um radialista busca auxiliar na cura do câncer que acometeu a sua amiga japonesa Umiko por meio do som da sua voz. Ela crê que esse processo pode levá-la a uma remissão espontânea, pois, na qualidade de praticante de meditação, tem fé no poder das visualizações e, no caso, das ondas sonoras produzidas pela vocalização do amigo.

Então, durante uma noite inteira, Umiko dorme em sua cama, completamente nua, induzida por poderosos soníferos, enquanto o radialista fala sem parar. E o livro que lemos trata-se de tudo aquilo que o homem diz a ela.

Uma história bem diferente, bem contada e bem cativante, na qual o estilo narrativo de Hernàndez permite que o leitor entre realmente nas experiências dos personagens e enxergue tudo o que veem.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

"Deus o abençoe, Dr. Kevorkian", de Kurt Vonnegut

Neste breve livro, Vonnegut torna-se um "repórter do além" e entrevista pessoas que já faleceram, desde ilustres desconhecidos até as personalidades mais consagradas, como Newton, Hitler e Shakespeare.

A obra é deliciosamente crítica e engraçada, brindando o leitor com um texto acessível e super inteligente.

sábado, 20 de janeiro de 2024

"Pornofantasma", de Santiago Nazarian

"Pornofantasma" é um livro de contos fantástico! Nele, Santiago Nazarian brinda os leitores com tudo aquilo que há de melhor na boa literatura. Há o terror, o suspense, a fantasia, o conto de fadas.

A narrativa de Nazarian é uma delícia! E, também, repleta de excelentes referências culturais. O autor consegue aterrorizar, divertir, fazer pensar, instigar a leitura. Mostra, de diversas formas, que é mestre naquilo que se propõe a fazer.

Adorei!

sábado, 6 de janeiro de 2024

"Futilidade ou O naufrágio do Titan", de Morgan Robertson

Esta é uma das obras mais espantosas que se pode ler, isso porque a breve narrativa escrita por Morgan Robertson conta, quinze anos antes, o naufrágio do Titanic.

Em "Futilidade ou O naufrágio do Titan", o autor fala sobre o maior transatlântico já criado, que, em sua primeira viagem, atinge um iceberg e afunda, matando a maior parte dos seus passageiros. No livro, a tragédia é causada pelo excesso de velocidade, a pequena quantidade de botes disponíveis, o despreparo e a negligência da tripulação, bem como a cobiça dos acionistas. 

Coincidência ou premonição? Não se sabe. O que se pode afirmar é que foi lamentável aos homens da época não terem dado atenção à ficção de Robertson, o qual faleceu três anos após a sua fantasia ter se tornado realidade.

Assustador!