domingo, 29 de junho de 2025

"O morcego e a luz: 80 anos de Batman no cinema", de Ticiano Osório

Nesta obra, o crítico de cinema gaúcho Ticiano Osório constrói um belo levantamento de todas as aparições cinematográficas do personagem Batman.

Certamente, como um apaixonado pelo super-herói desde a infância, Ticiano não consegue esconder a sua predileção por uma ou outra produção -- fato que deixa alguns leitores inquietos. Contudo, isso não desmerece esse livro tão interessante, tão gostoso de ler e tão memorável, até por conta de sua proposta.

Adorei!

quarta-feira, 18 de junho de 2025

"O Silêncio dos Inocentes", de Thomas Harris

O livro "O Silêncio dos Inocentes" consegue a façanha de ser ainda melhor do que o filme. E faz isso por meio da narrativa envolvente de Thomas Harris e da história fascinante que o autor traz à tona: corpos de moças estão sendo encontrados em diferentes locais dos EUA, todos parcialmente sem pele. Sem saber a quem recorrer, o FBI pede que a jovem agente Clarice Starling sonde informações com o psiquiatra/psicopata Hannibal Lecter, uma letal caixinha de surpresas.

A obra literária esmiúça detalhes fundamentais a respeito dos personagens, os quais, pelas limitações da linguagem cinematográfica, foram omitidos no filme, incluindo características que ajudam o público a entender melhor Clarice Starling e Jame Gumb. Apesar disso, é fato que o filme é bem fiel ao livro, realmente adequando-o ao formato. Também, é incontestável que Anthony Hopkins proporciona aos espectadores um Hannibal que transcende as páginas literárias e imortaliza-se na cultura popular.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

"Caça-fantasmas brasileiros", de Rosa Maria Jaques e João Tocchetto

"Caça-fantasmas brasileiros" é um livro publicado em 2016. A obra narra mais de 30 experiências da autora, Rosa Jaques, uma reconhecida paranormal, e seu marido, João Tocchetto. Desde 1996, a dupla tem resolvido casos sobrenaturais por todo o Brasil, ajudando espíritos e fantasmas a encontrar a paz.

A publicação conta diversas histórias de assombrações em locais como hospitais, cadeias, cemitérios e museus. Cada capítulo apresenta um caso diferente, desde a ida ao local onde ficava a Casa de Detenção de São Paulo até a visita à residência do famoso estilista Clodovil.

O trabalho do casal é impressionante, pois Rosa Jaques não é daquelas videntes sensacionalistas. Ela age de maneira ponderada e sóbria, trazendo mais seriedade e respeito à sua prática, cujo objetivo é auxiliar vivos e mortos a entenderem e a aceitarem a vida e a morte.

O canal "Caça Fantasmas Brasil" no YouTube, que apresenta esses casos e outros tantos, é superinteressante! E o livro em questão serve como um bom roteiro para aqueles que desejam conhecer mais sobre as atividades dessa equipe fora de série.


domingo, 1 de junho de 2025

"A Vida da Morte: Jornada ao Submundo", de Bárbara Seibel

- Título: “A Vida da Morte – Jornada ao Submundo”

- Autora: B. I. Seibel

- Editora: Lunas (SP)

- Ano de lançamento: 2023

- Nº. de páginas: 194


No meio de uma noite sombria, o adolescente Daniel está em sua humilde moradia, quando estranhas criaturas surgem repentinamente, sequestram-no e o levam para o Submundo, um local proibido para os seres humanos. Blenda, o seu anjo da guarda, culpa-se por não tê-lo protegido como deveria e, por isso, recebe do Princípio a missão de trazê-lo de volta para o Intermediário. Então, após buscar o auxílio de outros fascinantes personagens para tentar concluir com sucesso essa tarefa, inicia a sua jornada ao Submundo, cujas aventuras são narradas neste primeiro volume da pretensa trilogia “A Vida da Morte”. Cabe ao(à) leitor(a) descobrir as surpresas que Blenda e os seus companheiros encontrarão em seu caminho.

Em “Jornada ao Submundo”, Seibel, por meio de uma narrativa competente e instigante, nos faz mergulhar no universo mágico por ela criado. A história não é contada seguindo aquele clássico padrão já batido, composto por “situação inicial”, “conflito”, “clímax” e “desfecho”. Até há uma “situação inicial”, embora possamos perceber que os personagens já carregam inúmeras vivências anteriores (as quais poderiam, inclusive, gerar outros ambiciosos livros), e o “conflito”, ocasionado pela captura do menino. Porém, creio que o “clímax” e o “desfecho” estão distantes de ocorrer e, com certeza, nos serão apresentados no decorrer da série. Esse é um elemento importante e diferente daquilo que é observável em títulos de fantasia abarcando vários subtítulos, como a saga “Harry Potter”, por exemplo. Porque “A Vida da Morte” envolve, provavelmente, uma só sequência de fatos, segmentada em três obras distintas, sem propor um apelo particular para cada exemplar da coleção.

Com seu estilo voltado ao estímulo do suspense, entregando cápsulas de roteiro aos poucos e alternando trechos que tratam brevemente a respeito de cada núcleo de personagens, recurso que pode ser identificado nas novelas, Bárbara desacomoda o(a) leitor(a) desatento(a). Isso não quer dizer que a autora desenvolve uma narrativa difícil, mas sim, fora do padrão, o que torna a experiência de leitura ainda mais atraente. Além disso, a utilização de um narrador onisciente nos oferece até mesmo as características mais íntimas dos seres maravilhosos participantes dessa fictícia missão, permitindo que as pessoas conheçam de verdade os protagonistas, os antagonistas e os coadjuvantes que saltam das páginas de “A Vida da Morte” para a vida de cada um de nós.

Portanto, a “Jornada ao Submundo”, formulado como um romance de aventura infantojuvenil, é capaz de agradar, como já vem acontecendo, leitores e leitoras das mais diversas faixas etárias, tendo em vista que é constituído por um enredo interessante, personagens inventivos, narrativa bem planejada e reflexões pertinentes, que podem ser alcançadas por uma leitura bem executada. Ou seja, com este volume em questão, Bárbara Seibel comprova que não é só mais uma jovem escritora, e sim, que veio para realmente somar no cenário cultural brasileiro.

sábado, 24 de maio de 2025

"Reunião de poesia", de Adélia Prado

"Reunião de poesia", de Adélia Prado, é uma coletânea que reúne 150 poemas dos livros "Bagagem" (1976), "O coração disparado" (1978), "Terra de Santa Cruz" (1981), "O pelicano" (1987), "A faca no peito" (1988), "Oráculos de maio" (1999) e "A duração do dia" (2010).

Adélia Prado escreve sobre temas do dia a dia com muita sensibilidade. Ela usa uma linguagem acessível para enaltecer a beleza nas coisas comuns. Sua poesia soa despretensiosa e displicente, mas é exatamente isso que a autora deseja: mostrar que é na simplicidade, na vida de qualquer pessoa, que mora a poesia — basta saber captá-la. Suas obras falam sobre a vida, espiritualidade e a busca por significado, sempre com um toque de melancolia e celebração da existência.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

"Educação para todas as vidas: um novo olhar para a vida, um rumo novo para a educação", de Mauro José Santin

Em "Educação para todas as vidas", o plural Mauro José Santin intercala trechos em que narra a sua própria trajetória com reflexões a respeito de como a nossa doente e automatizada sociedade vive e, consequentemente, de como a humanidade enxerga a educação de modo a inserir esses novos seres humanos nesse mesmo mecanismo doentio e sem sentido.

Nesse contexto, o autor sugere a todos formas menos alienantes e automáticas de deixarem as suas marcas nesta existência, assim como propõe maneiras de organizar a educação, para que os indivíduos tenham mais consciência de si mesmos, do outro, de seu papel no mundo e de como realmente podem ser protagonistas ignorando as diversas "podas" socialmente estabelecidas.

De minha parte, confesso que já era um grande fã da escrita de Mauro Santin, do jeito que ele saboreia as palavras -- (re)descobrindo significados, atentando aos elementos que as compõem e encontrando a poesia sob qualquer circunstância. E, somadas a essa maneira brilhante de redigir, há ideias e ideais interessantes de verdade e diagnósticos infelizmente certeiros.

Enfim, "Educação para todas as vidas" prova ser uma obra que deleita e ensina, cujas páginas certamente ajudam a tornar seus leitores melhores.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

"A riqueza do mundo", de Lya Luft

"A riqueza do mundo", de Lya Luft, explora temas fundamentais, como o amor, a perda, a busca pela felicidade e a complexidade das relações humanas. A escrita da autora é envolvente e intimista, permitindo ao leitor mergulhar em um universo introspectivo, que convida a pensar.

Comparando com "Múltipla escolha", obra sobre a qual já comentei há algumas postagens, é possível perceber uma evolução no estilo narrativo e na abordagem dos assuntos. Enquanto aquele já mostrava a habilidade de Luft em propor reflexões relevantes e profundas, este parece aprimorar ainda mais essa capacidade, oferecendo uma visão mais madura e elaborada das questões tratadas.

Ambos os títulos destacam-se pela forma como a escritora utiliza sua experiência de vida e seu olhar peculiar para trazer à tona aspectos existenciais, trazendo uma perspectiva abrangente e lúcida sobre o mundo ao nosso redor. "A riqueza do mundo" pode ser vista, portanto, como uma continuação natural e um aprofundamento das reflexões presentes em "Múltipla escolha".