segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Defesa (des)necessária

 Não sou nenhum entendido de Literatura. Apenas gosto muito de ler. E, na minha modesta opinião, ler por prazer é infinitamente melhor do que ler para se mostrar inteligente e/ou culto. Sendo assim, sinto-me impelido a esclarecer alguns pontos:

Durante a minha formação acadêmica, nas diversas aulas de Literatura que tive, com professores adeptos das mais variadas opiniões, um dos ensinamentos que fixei com maior carinho foi o que recomendava o respeito às inúmeras interpretações realizadas pelos alunos diante de um determinado texto. Segundo essa abordagem, o docente deveria somente avaliar se cada interpretação seria plausível dentro do contexto do texto (com o perdão do "defeito linguístico"), deixando os estudantes à vontade para levarem seus pensamentos a caminhos inimagináveis. E isso é muito diferente do método tradicional de ensino da Literatura, que dita interpretações obrigatórias normatizadas por medalhões, as quais tornam a leitura uma tarefa enfadonha e humilhante.
Ora, cada pessoa carrega uma bagagem diferente de conhecimentos e experiências, assim como possui capacidades e habilidades também diferentes. Então, como seria possível ditar a interpretação mais adequada a uma obra de arte? Para mim, entender uma produção textual de acordo com pontos de vista variados é algo belo e enriquecedor à prática.

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Mas... por que diabos escrevi tudo isso? Simplesmente porque tenho recebido algumas críticas ao meu blog “Um livro atrás do outro”, onde publico resenhas minúsculas a respeito das obras que leio. De acordo com esses indivíduos, tenho comentado pouco sobre os livros elencados no site e o que escrevo não é baseado em nada concreto, em nenhuma pesquisa prévia, que é de um “achismo” e de uma falta de comprometimento dignos de um charlatão. Ué, primeiro, eu nunca me intitulei um grande crítico literário, formador de opiniões. Em segundo, se fosse preciso pesquisar em inúmeras fontes e ler uma obra inúmeras vezes para ter o direito de compartilhar as minhas impressões sobre ela, então eu não leria nem faria mais nada, já que isso se tornaria uma atividade maçante e sem sentido para mim. Ninguém precisa de receitas para ler. Precisa, sim, de vontade, de inspiração. Eu leio no ônibus, no sofá, no trabalho (durante o intervalo, viu!?), no banheiro, em salas de espera... Leio porque isso me faz bem e escrevo pelo mesmo motivo. Caso não gostem das minhas opiniões, fazer o quê? Como diz o meu pai, “nem Jesus agradou a todos”. Eu só exigiria um pouco mais de respeito e compreensão, tendo em vista que o blog “Um livro atrás do outro” destina-se à publicação de pequenas impressões que me foram deixadas pelos textos que li, e não visa ser um receituário de pontos de vista ou uma amostragem do quanto eu sou inteligente e capaz através de resenhas bem escritas e comentários esplendorosamente embasados. Ponto!

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