"Os cães nunca deixam de amar", de Teresa J. Rhyne

Há alguns anos, o cachorrinho de estimação da advogada norte-americana Teresa Rhyne, um beagle chamado Seamus, teve câncer. Pouco depois, a própria Teresa descobriu-se com câncer de mama. Os dois venceram essa terrível doença e o presente livro conta a odisseia vivida por ambos durante os detestáveis tratamentos pelos quais passaram.

A obra é muito boa, oferecendo conhecimentos e pontos de vista valiosos para qualquer leitor. Mas cabe salientar o título pouco a ver com a narrativa proposto na tradução brasileira. É claro que o cãozinho Seamus não deixou de amar a sua dona, sob qualquer circunstância. Pelo contrário, até as pessoas se tornaram mais amorosas com Teresa em virtude do seu problema de saúde (sacanagem, não é mesmo?). Contudo, o título original, O cão sobreviveu (e então eu sobreviverei) - de acordo com a minha tradução -, seria muito mais adequado, já que é mais fidedigno ao conteúdo do texto.

"Annie", de Thomas Meehan

"Annie, a Pequena Órfã" foi criada, em 1924, por Harold Gray. Ela era a personagem principal de uma tirinha de jornal. Em 1972, Thomas Meehan recebeu o desafio de transformar essa publicação em um musical, que acabou fazendo muito sucesso. Anos depois, Meehan decidiu reaproveitar a história em um livro, utilizando-se, também, de cenas que ele lamentavelmente teve de excluir do musical, em virtude da duração do espetáculo.

Aos onze anos, Annie vive em um orfanato novaiorquino, à espera de seus pais, em meio à Grande Depressão estadunidense. Após passar por poucas e boas, ela é adotada por Oliver Warbucks, o homem mais rico do mundo, e sua vida de frustração torna-se, a partir daí, um caminho de prosperidade.

Em meio às aventuras da garota, surge a figura do presidente Roosevelt, que acaba por conhecê-la. Ela, por sua vez, incentiva-o a virar a mesa, a transformar os EUA em um país de futuro. E, assim, pode-se concluir que, ao mesmo tempo em que a vida de Annie começa a melhorar, a situação do país também passa a mudar. Ou seja, Thomas Meehan retratou na criança Annie o momento histórico da sua nação.

Um livro belíssimo, encantador, muito triste e, ao mesmo tempo, um raio de esperança.

"O caso do hotel Bertram", de Agatha Christie

Até ler esse livro, eu havia lido apenas algumas das obras de Agatha Christie protagonizadas por Hercule Poirot, sempre dinâmicas e envolventes. No começo, achei esse mistério vivido pela Miss Marple um tanto maçante, já que é uma narrativa mais cadenciada, ou "enrolada", repleta de personagens supostamente sem importância. Contudo, à medida que lia essa história, mais ela me fascinava, pois se mostrou sabiamente construída e, do seu modo, instigante.

"O misterioso caso de Styles", de Agatha Christie

Essa é a primeira obra de cunho policial escrita pela inglesa Agatha Christie. O suspense, o desenvolvimento dos personagens, o desenrolar dos fatos e a fluidez da narrativa, bem como a enormidade do detetive belga Hercule Poirot mostram, com justiça, os motivos que levaram a autora a tamanho sucesso. Imperdível! Feito para viciar!

"O Iluminado", de Stephen King

Procurei ler esse livro tendo em vista o fascínio que sinto pelo filme homônimo do genial diretor Stanley Kubrick, inspirado nessa história.

Como sempre acontece, o livro é muito diferente do filme. Contudo, ao contrário do que normalmente ocorre, nenhuma obra desmerece a outra, pois é uma melhor do que a outra. Os enredos são bastante diferentes, mas exploram muito bem as possibilidades de cada linguagem, obedecendo à cada época - já que atualmente seria possível realizar um longa-metragem mais fidedigno à composição literária, tamanha é a tecnologia disponível.

Para encerrar, vale a pena conferir uma citação localizada no fim do livro, onde Hallorann fala ao menino Danny:

"[...] O mundo é um lugar duro, Danny. Não se importa com a gente. Não odeia você nem a mim, mas também não morre de amor por nós. Coisas terríveis acontecem no mundo, e são coisas que ninguém pode explicar. Indivíduos bons morrem de forma ruim e dolorosa e deixam as pessoas que os amam sozinhas. Às vezes, parece que só as pessoas ruins permanecem sadias e prósperas. [...] Mas veja, você deve continuar vivendo. É a sua obrigação, neste mundo duro, manter vivo o seu amor, e seguir adiante, não importando como. Segure as pontas e vá em frente."

"Veda - Segredos do Oriente", de A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada e discípulos

Essa antologia reúne artigos e ensaios escritos por autores ligados à divulgação do bhakti-yoga, ou consciência de Krishna. Nesses textos, fala-se a respeito da alma, do karma, da reencarnação, da meditação, do respeito a outros animais, dentre outros tópicos. Eu, particularmente, gostei muito de "Desejos imortais", de Ravindra Svarupa Dasa, e de "Sacralidade canina", de Mathuresa Dasa. Enfim, recomendo a todos que são realmente despidos de preconceito religioso, uma vez que essa obra proporciona conhecimentos construtivos, bem como sagradas horas de reflexão sobre temas pertinentes.

"Noite em claro", de Martha Medeiros

Pertencente à coleção "64 páginas" da editora L & PM, "Noite em claro" narra alguns casos de amor (e alguns apenas casos) da personagem principal. Compensa os R$ 5,00 tabelados para os títulos dessa coleção.

"Rajadas da História", de Mikhail Kalachnikov (com Elena Joly)

Não gosto de armas; tampouco, de quem as cria. Porém, a biografia de Kalachnikov, criador da célebre AK-47, da forma com que foi contada aqui, é uma narrativa sensacional. Repleto de contextualizações históricas e de registros fotográficos construtivos, esse livro não trata apenas sobre a vida de um homem e sua arma, mas também faz uma retomada de fatos importantes ocorridos no século XX, percorrendo por diversos temas: política, sociedade, família, costumes, identidade nacional, entre outros. Enfim, imperdível!

"A travessia de Caleb", de Geraldine Brooks

Uma narrativa que conta fatos históricos sobre a educação e a propagação da fé cristã nos EUA. Uma narrativa que fala a respeito do preconceito entre colonos ingleses e índios norte-americanos. Uma narrativa que demonstra os mais curiosos conflitos de interesses. Uma narrativa que discorre sobre os diferentes tipos de fé. Uma narrativa que revela toda a humanidade e toda a crueldade das pessoas. Uma narrativa sem igual. Uma narrativa maravilhosa, repleta de personagens marcantes.

"A História do Mundo em 100 objetos", de Neil MacGregor

Neil MacGregor, diretor do British Museum, discorre aqui sobre os 100 objetos que, segundo ele, marcaram a história da humanidade. Todos os artigos selecionados pelo autor para compor o livro pertencem ao acervo do referido museu, o que deixa o leitor com uma imensa vontade de visitar esse local. Enfim, um tesouro de valiosas 784 páginas, que enriquece qualquer estante ou biblioteca.

"Submarino", de Lothar-Günther Buchheim

Muito bem escrito, o extenso livro "Submarino" é entretenimento de primeira qualidade. Nele o autor retrata os dramas que viveu dentro de um submarino alemão durante a Segunda Guerra Mundial.

"Quando minha vida vai melhorar?", de Ramon Presson

Enquanto lia este livro, a única pergunta que me surgia era: "Quando este livro vai melhorar?". A obra dá a ideia, por meio de suas capa e sinopse, de que o texto falará da vida sem hipocrisia ou tentativas de alienação. Porém, desde a primeira página, o autor só fala besteiras, exemplificando-as com trechos bíblicos, de modo a transformar o leitor em um fracassado cheio de fé e esperança, pois indica que a melancolia de cada um é fruto de escolhas ruins e de pontos de vista errados, já que não entendem os desígnios divinos.

"Antes de dizer adeus", de Susan Spencer-Wendel

Susan Spencer-Wendel, uma jornalista norte-americana, teve uma doença degenerativa e, ao invés de passar os seus últimos dias de sobrevivência dentro de um hospital, optou por ter últimos dias de vida, curtindo o pouco prazo que lhe restava da melhor maneira possível, se (re)descobrindo junto com sua família e amigos.

Para que seus três filhos tivessem eternamente a sua mãe por perto, Susan decidiu escrever esse livro, contando sua história, mostrando os seus pontos de vista e descrevendo a sua luta.

"É que eu não tinha expectativas. Acho que isto é uma lição, se é que tem de haver alguma. Aceitar a vida do jeito que ela vem. Trabalhar e se esforçar, mas aceitar. Não obrigar o mundo a ser aquele que sonhamos.

A realidade é melhor." (p. 322-323)

"Temer as possibilidades não é um bom jeito de se viver." (p. 329)

"A Boa Vida", de Álex Rovira

Álex Rovira escreveu um livro que fala sobre a vida que deve ser lido por toda e qualquer pessoa que pretenda encarar sua passagem pela Terra como uma oportunidade a ser desenvolvida, e não como um desafio do qual se deve fugir.

"Arte como terapia", de Alain de Botton e John Armstrong

A obra em questão discorre sobre o quanto a arte pode nos ajudar a melhorar em diversos aspectos da nossa vida: auto-conhecimento, conhecimento de mundo, conhecimento dos outros, apreciação das coisas, comportamento afetivo, contemplação da natureza, relação com o dinheiro e posicionamento político. Juntando um texto magnífico com obras de arte inspiradoras, esse é um livro indispensável a qualquer coleção. Belíssimo! Uma obra de arte que fala sobre obras de arte.

"Dever de capitão", de Richard Phillips

A história real (e extremamente cinematográfica) de Richard Phillips emociona e enriquece o leitor, pois revela os detalhes de tudo o que esse capitão da marinha mercante norte-americana passou como refém dos piratas somalis. Assim, em resumo, quem lê essa obra se emociona com o drama do Capitão Phillips e enriquece a sua visão de mundo. Livro espetacular!

"Meu Barco & Eu", de John Grogan

Em suas crônicas, John Grogan, autor de "Marley & Eu", busca a humanidade perdida em meio aos robôs consumistas, insensíveis e rotineiros que nos tornamos.

"A casa torta", de Agatha Christie

Fantástica obra de suspense, romance e terror, tendo a excêntrica família Leonides como núcleo. Apesar do final surpreendente, o que mais me deixou abismado é o fato dessa história ter sido escrita por uma dama inglesa há muito tempo atrás, pois conta com elementos ousados para a época. E, por conta disso, o leitor provavelmente terminará de ler esse livro concordando comigo: Agatha Christie foi realmente formidável!

"O menino do pijama listrado", de John Boyne

John Boyne conseguiu, num lance de imensa inspiração, transformar terror em beleza, crueldade em poesia. Simplesmente fantástico!

"Moby Dick", de Herman Melville

Este livro é verdadeiramente uma baleia em todos os sentidos!

"A neve do almirante", de Álvaro Mutis

Quem gosta de poesia, filosofia e histórias alegóricas certamente apreciará essa novela do escritor colombiano Álvaro Mutis, narrando as aventuras existenciais de Maqroll, o Gaviero.

"Poeta, mostra a tua cara - Volume 11", organizado por Ademir Antonio Bacca e Cláudia Gonçalves

Antologia poética que chega a seu 11º volume em 2014, nesta oportunidade contando com a participação de 48 autores, tanto do Brasil quanto do exterior.

Lançada durante o XXII Congresso Brasileiro de Poesia, ocorrido em Bento Gonçalves-RS, apresenta aos estudantes e à população em geral um pouco do que se faz atualmente dentro desse encantador gênero literário.