Nessa obra, o autor conta anedotas fictícias que representam a "cultura", o comportamento e os costumes do povo brasileiro. Mais do que aquilo que é narrado nas histórias, vale ressaltar o estilo e a propriedade da escrita de José Cândido Carvalho, um mestre, um exemplar usuário da língua portuguesa.
Enfim, um livro imperdível!
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Vejam, por exemplo, o que J. C. Carvalho escreveu em setembro de 1970:
"[...] Publiquei o primeiro livro em 1939 e o segundo precisamente vinte e cinco anos depois. [...] Apareceu o imposto de renda, apareceu Adolf Hitler e o enfarte apareceu. Veio a bomba atômica, veio o transplante. E a Lua deixou de ser dos namorados. Sobrevivi a todas essas catástrofes. E agora, não tendo mais o que inventar, inventaram a tal da poluição, que é doença própria de máquinas e parafusos. Que mata os verdes da terra e o azul do céu. Esse tempo não foi feito para mim. Um dia não vai haver mais pássaros e rosas. Vão trocar o sabiá pelo computador. Estou certo que esse monstro, feito de mil astúcias e mil ferrinhos, não leva em consideração o canto do galo nem o brotar das madrugadas. Um mundo assim, primo, não está mais por conta de Deus. Já está agindo por conta própria."
(CARVALHO, J. C.. Porque Lulu Bergantim não atravessou o Rubicon. Rocco: Rio de Janeiro, 2003. p. 8.)
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