domingo, 19 de maio de 2019

"Contos do imigrante", de Samuel Rawet

Publicado em meados dos anos 50, "Contos do imigrante" é uma das obras de narrativas curtas mais importantes da Literatura Brasileira.

Nos dez contos presentes no livro, o importante engenheiro Samuel Rawet revela, sobretudo, a desolação de suas personagens principais. E faz isso por meio de uma fantástica descrição quase que cinematográfica e de suas escolhas fenomenais no seu modo de narrar, como se o leitor estivesse lendo não só a história, mas também a mente de cada personagem posta em destaque.

Chamaram a minha atenção principalmente os títulos "A prece", um conto certamente universal sobre diferenças culturais, religiosas e o preconceito, assim como "Conto de amor suburbano", que escancara em cada página o desespero e a desesperança causadas pela pobreza e pelo amor não correspondido.

Por fim, cabe salientar que essa obra não é para qualquer leitor. Apenas alguém com uma capacidade de leitura mais aprimorada e com um bom conhecimento literário e de mundo fará algum proveito dela, tendo em vista a densidade narrativa e descritiva, além dos conteúdos abordados.

domingo, 5 de maio de 2019

"Almanaque da Jovem Guarda: uma viagem aos anos dourados", de J. Fagundes

Esse livro, infelizmente, me decepcionou. Digo isso porque eu realmente estava com vontade de ler algo que me contasse mais sobre os artistas da Jovem Guarda, o que não aconteceu satisfatoriamente por meio da obra em questão.

O que mais a menospreza é o seu texto, que apresenta todos os maiores pecados da escrita: falta de coerência e de coesão; erros de grafia e de concordância. Enfim, a parte textual é tão mal escrita e desorganizada que o leitor custa a entender a respeito de quem ou do que o autor está tratando em determinados trechos.

Contudo, se faltou competência por parte do escritor, faltou também por parte da editora, cuja pressa e ambição permitiram que esse produto chegasse às bancas sem qualquer revisão - o que é comprovado pelo título do material, que na capa é apresentado como sendo o supracitado, na folha de rosto está como "Jovem Guarda" e nas margens das páginas surge como "Uma viagem aos anos dourados e perigosos da Jovem Guarda".

Além disso, há uma introdução toda em latim (acredito eu), que não sei se foi intencional ou mais uma falha editorial.

Por fim, em relação ao conteúdo, não posso confirmar nada quanto à sua correção (ou a ausência dela), uma vez que, caso eu conhecesse tanto sobre o assunto, não teria adquirido esse volume. Mas, de qualquer modo, desagradou-me bastante o fato de discorrer a respeito de poucos cantores da Jovem Guarda e de perder páginas e mais páginas argumentando sobre temas secundários, como o programa do Chacrinha, a Tropicália, dentre outros tantos.