sábado, 30 de abril de 2022

"Hitler", de Ian Kershaw

Ainda que já tivesse um conhecimento satisfatório a respeito do Nazismo e da Segunda Guerra Mundial, após assistir à série "Caçando Hitler", do History Channel, senti a necessidade de estudar mais sobre esses assuntos.

Depois de uma breve pesquisa, adquiri a edição condensada de "Hitler", biografia do líder nazista escrita por Ian Kershaw. Embora menor, tendo em vista que originalmente foi publicada em dois volumes, a obra possui mais de mil páginas. E, na minha opinião, demonstra duas características antagônicas: por um lado, a História é tão bem contada que parece que eu estava lendo um romance; por outro, o autor se fixa demais em minúcias que tornam a leitura um pouco maçante, apesar de não tratar aberta e largamente a respeito de temas importantes, como o Holocausto.

Sendo assim, achei um livro imponente e interessante, mesmo que não tenha me apresentado tantas novidades sobre o assunto. É atraente quando discorre a respeito da vida de Adolf Hitler pré-Nazismo, todavia, no que começa a tratar sobre a guerra, detém-se demais em política e estratégia, abordando de modo superficial o sofrimento do povo, os campos de concentração, o ponto de vista externo. Ou seja, é um livro que me acrescentou, mas não tanto quanto eu gostaria.

sábado, 16 de abril de 2022

"Laranja Mecânica", de Anthony Burgess

"Laranja Mecânica" é um livro magistralmente pensado e escrito. É uma leitura divertida, crítica, que instiga reflexões e não prega morais nem convicções. E, sumariamente, é uma observação profunda a respeito do mundo, da sociedade, dos indivíduos.

Anthony Burgess foi genial em não marcar a narrativa em relação ao tempo e ao lugar em que ocorre. Até as referências culturais e históricas referem-se apenas a fatos e coisas já acontecidas na época em que o texto foi redigido, ou que foram criadas pelo autor. Isso só enriquece a obra, pois não a engessa em um contexto específico, tornando-a eterna e atemporal.

É o que se sucede, também, em relação à linguagem utilizada pelos adolescentes em "Laranja Mecânica". Para manter o estranhamento que as pessoas de fora do grupo sempre têm quanto ao linguajar dinâmico dos jovens, bem como não identificar essa linguagem como alguma já existente, o autor inventou a variante linguística nadsat, que mistura termos russos com ingleses, tem todo um ritmo próprio e possui como base um inglês elisabetano mal usado. Esses recursos são geniais porque, de um lado, o uso de palavras russas em plena Guerra Fria reflete a revolta e a provocação adolescente; assim como, de outro, a utilização de um inglês antigo e culto de forma errada mostra uma vontade do indivíduo soar superior e diferente, sem ser devidamente instruído e embasado para isso.

Então, por toda a sua contextualização bem específica, as suas críticas atemporais e o seu humor indireto e infalível, "Laranja Mecânica" é um livro excelente, inigualável e único.

sábado, 2 de abril de 2022

"Heidi", de Johannna Spyri

Li este livro motivado pelo filme homônimo de 1937, estrelado pela Shirley Temple.

A obra literária, só para variar, é mais completa e bem diferente da cinematográfica. Suas páginas falam sobre bondade, crueldade, saúde, doença, desigualdade, fé, diferenças culturais, ciúme, amizade, amor, preconceito, tudo isso transformado pelo doce olhar de uma criança inocente.

"Heidi", então, é uma leitura deliciosa, que encanta a infância que todos carregamos eternamente.