domingo, 24 de julho de 2022

"Uólace e João Victor", de Rosa Amanda Strausz

Esta verdadeira obra de arte de Rosa Amanda Strausz compara a existência de dois meninos cariocas: Uólace, extremamente pobre, e João Victor, um garoto de classe média.

Partindo de suas diferenças sociais, aos poucos os leitores (e, mais ao fim, os protagonistas) vão percebendo as semelhanças entre ambos: os dois vivem só com a mãe, têm dois amigos principais, possuem preconceitos, desejam as mesmas coisas, etc.

A estrutura do livro é brilhantemente planejada. Cada capítulo é repetido (dois capítulos 1, dois capítulos 2...), mostrando a realidade de cada um dos guris, normalmente relacionada a um mesmo aspecto.

Portanto, "Uólace e João Victor" é um título para ser eternamente lembrado em nossa literatura nacional, pois é realista, humano e pensado em cada pormenor.

sábado, 9 de julho de 2022

"A mãe perfeita", de Aimee Molloy

O livro em questão foca sua narrativa em um grupo de mães de primeira viagem. A tensão acontece quando uma delas tem o seu bebê raptado.

Por ser uma obra de suspense, a leitura é um pouco truncada demais. E o relato dos "dramas da maternidade moderna" enjoam os leitores que não têm tanto interesse no assunto. Além disso, às vezes a história é tão real que foge do tom vibrante do mistério.

Contudo, Aimee Molloy vai dando pistas falsas no decorrer das páginas, o que vai confundindo e aguçando o público. Isso porque a maior parte da investigação que surge no texto é feita pelas mamães do grupo, de forma amadora e desconexa, portanto.

Ainda, pode-se dizer que o epílogo de "A mãe perfeita" dá um nó cego no leitor, o que provoca, inclusive, uma espécie de euforia para devorar cada letra restante no volume.

Sendo assim, com seus altos e baixos, é um título que vale a pena.