Em seus contos, Dalton Trevisan elabora narrativas baseadas em diálogos. Essa característica traz rapidez à leitura, além de temperar o texto com informalidade e, consequentemente, fidedignidade.
Como temáticas principais, as histórias abordam traições, relacionamentos amorosos, atração física, enfim, relações interpessoais cotidianas que revelam o comportamento humano.
Quanto aos personagens, quase sempre de mesmo nome, quase sempre nas mesmas situações, não se sabe se João, Maria, Rosinha, o Sargento são as mesmas figuras em todos os contos ou se Trevisan os adotou como nomes/perfis genéricos, indivíduos comuns e (in)visíveis ao longo da História e do território brasileiros.
Pois, pegando esse exemplo, as construções do escritor paranaense suscitam muitas dúvidas, fomentadas pelos fragmentos de contextos e os verossímeis diálogos que, em conversações, seriam pontuados pelo não dito, pelo não verbal, mas que, apenas com o auxílio da grafia, por vezes levam o leitor a se perder nos espaços em branco.
Enfim, mais um simples livro complexo, repleto de situações triviais que atingem o fundo da sórdida mente humana.
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