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sábado, 20 de julho de 2024

"...E o vento levou", de Margaret Mitchell

"...E o vento levou" é inegavelmente uma das obras de arte mais grandiosas já criadas. Toda a vez que vejo o filme de 1939 fico extasiado. E agora, ao ler o livro que o inspirou, devorei com voracidade cada uma de suas inúmeras páginas.

"...E o vento levou" é completo: tem romance, comédia, terror, drama, suspense. Romance histórico. Romance de guerra. Romance romântico. Romance realista. Mostra a humanidade. Mostra a crueldade. Mostra as pessoas como são e, também, como aparentam ser.

Margaret Mitchell concebeu uma obra-prima eterna, pois foi uma das poucas escritoras que, apesar de tratar sobre um período importante da História dos EUA, conseguiu alcançar a essência do ser humano e da sua sociedade. É "O Tempo e o Vento" dos americanos! Mas, como tudo o que é feito por eles, é dado muito mais valor e é oferecido com mais interesse ou competência.

"...E o vento levou" dá o que pensar! A respeito dos preconceitos apresentados, sobre o comportamento das pessoas. Não acho, por exemplo, que seja uma narrativa racista. Creio somente que a autora retratou os fatos conforme o pensamento das épocas (do tempo em que se passam os acontecimentos e do momento histórico no qual escreveu esse volume). Além disso, seu conteúdo é tão rico que permite ao leitor questionar as versões oficiais, estudar mais e refazer certos conceitos.

Portanto, penso que "...E o vento levou", essa contribuição cultural elaborada com tanto cuidado, que daqui a alguns anos completa seu centenário, deve ser (re)lida, (re)vista, comentada, debatida, mas nunca condenada nem julgada friamente pela questionável ótica destrutiva adotada atualmente.