domingo, 26 de agosto de 2018

"Muito barulho por nada", de William Shakespeare

Nesta espécie de tragicomédia, Shakespeare retrata o poder da palavra e das armações.

Em uma das situações desenvolvidas na encenação, um casal de noivos é separado por difamação à noiva. Na outra, um segundo casal é unido por maquinação de pessoas próximas a eles.

Desse modo, através dessa peça de inestimável valor, o dramaturgo inglês mostra o quanto é nocivo tomarmos atitudes sem ouvirmos os nossos instintos, os nossos sentimentos.

domingo, 12 de agosto de 2018

"Sonetos", de Bocage

Sensacionais os sonetos do poeta português Bocage, pois versam sobre os seus sentimentos, os seus pensamentos, as suas mulheres, a sua grandeza, a sua vulnerabilidade. E fazem isso utilizando referências literárias diversas, cuja riqueza dá mais sentido aos poemas e alude à cultura elogiável do seu criador.

Li esses textos em uma edição antiga mas fantástica da Ediouro, contando com comentários de Fernando Mendes de Almeida e ilustrações de Aldemir Martins, detalhes que aprimoram a experiência da leitura.

domingo, 29 de julho de 2018

"Vila Triste", de Patrick Modiano

"Vila Triste" apresenta jovens personagens sem perspectiva, sem planejamento de futuro, entediados, escondendo-se do passado. Quando mais velhos, são saudosistas e conformados.

Nela, Modiano critica alguns tipos de pessoas, como aquelas que vivem de fama e de influência, por exemplo, sem excluir o fato de que elas sempre se dão bem.

A narrativa é fácil, mas não revela as reais intenções do autor, deixando muitas lacunas e permitindo diversas interpretações.

Considero, então, o livro agradável e cativante, embora não seja um título marcante.

domingo, 15 de julho de 2018

"Rio esportivo", de Victor Melo

Cheguei a esse indescritível livro por acaso. Ainda bem que, nesse caso, o acaso me trouxe sorte. Pois, em uma edição luxuosa, com capa dura e formato de álbum de fotografias, essa obra resgata a história do esporte na cidade do Rio de Janeiro. E faz isso por meio de um texto atraente e fotos surpreendentes, cujo impacto nos leva ao Rio de antigamente.

Então, é um material super indicado para quem gosta de Esporte, de História e/ou do Rio de Janeiro. Também, é claro, para aqueles que apenas apreciam uma leitura que não decepciona.

domingo, 1 de julho de 2018

"O Time do Bagaço", de José Márcio Pereira da Silva (Zequinha)

"O Time do Bagaço" apresenta histórias pitorescas acontecidas com os craques do futebol de antigamente.

É um livro muito divertido e curioso, já que relata situações que hoje não ocorreriam mais.

domingo, 17 de junho de 2018

"Bananas podres", de Ferreira Gullar

Buscando uma reflexão extremamente bela sobre o ciclo da vida e a existência humana, o poeta retrata um momento específico de sua infância, envolvendo, é claro, as subestimadas bananas podres, cujo significado se apresenta bem maior do que se poderia imaginar.

Em um livro/álbum que reúne todos os textos escritos por Gullar intitulados "Bananas podres" (uns publicados em 1980, outros, em 2010), o autor ousou realizar também a arte brilhantemente inserida ao longo dos poemas, assim como a escrita dos próprios poemas na sua letra cursiva, o que traz um valor inestimável à obra.

Portanto, um título muito recomendável para ser adquirido e/ou oferecido como presente, tendo em vista a sua importância, em virtude da arte empregada nele, tanto nas colagens e escrita, quanto nos poemas de altíssima qualidade, que me lembram os de Neruda.

domingo, 3 de junho de 2018

"Porque Lulu Bergantim não atravessou o Rubicon", de José Cândido Carvalho

Nessa obra, o autor conta anedotas fictícias que representam a "cultura", o comportamento e os costumes do povo brasileiro. Mais do que aquilo que é narrado nas histórias, vale ressaltar o estilo e a propriedade da escrita de José Cândido Carvalho, um mestre, um exemplar usuário da língua portuguesa.

Enfim, um livro imperdível!

***

Vejam, por exemplo, o que J. C. Carvalho escreveu em setembro de 1970:

"[...] Publiquei o primeiro livro em 1939 e o segundo precisamente vinte e cinco anos depois. [...] Apareceu o imposto de renda, apareceu Adolf Hitler e o enfarte apareceu. Veio a bomba atômica, veio o transplante. E a Lua deixou de ser dos namorados. Sobrevivi a todas essas catástrofes. E agora, não tendo mais o que inventar, inventaram a tal da poluição, que é doença própria de máquinas e parafusos. Que mata os verdes da terra e o azul do céu. Esse tempo não foi feito para mim. Um dia não vai haver mais pássaros e rosas. Vão trocar o sabiá pelo computador. Estou certo que esse monstro, feito de mil astúcias e mil ferrinhos, não leva em consideração o canto do galo nem o brotar das madrugadas. Um mundo assim, primo, não está mais por conta de Deus. Já está agindo por conta própria."

(CARVALHO, J. C.. Porque Lulu Bergantim não atravessou o Rubicon. Rocco: Rio de Janeiro, 2003. p. 8.)