sábado, 28 de setembro de 2024

"Meninos em fúria: e o som que mudou a música para sempre", de Marcelo Rubens Paiva e Clemente Tadeu Nascimento

Sou suspeito em falar a respeito da qualidade deste livro, pois sempre fui um grande admirador de Clemente Tadeu Nascimento, líder da banda paulista de punk rock Inocentes. A obra não conta só a história desse ícone, mas também do escritor Marcelo Rubens Paiva, de "Feliz Ano Velho", assim como de todo o contexto em que viveram, o que nos ensina muito sobre o Brasil durante e após o regime militar.

Além disso, quem lê esse livro, de agradável leitura, descobre as razões que fazem grupos como o Inocentes serem boicotados e, por vezes, se autoboicotarem, o que é realmente lamentável.

Um título fundamental para quem gosta de rock brasileiro (principalmente punk rock) dos anos 80.


sexta-feira, 13 de setembro de 2024

"A Revolução dos Bichos", de George Orwell

"A Revolução dos Bichos" é um livro genial em todos os aspectos. Nele, George Orwell nos fala de uma fazenda cujos animais, cansados da exploração que sofriam por parte dos seres humanos, decidiram se rebelar e tomar posse da propriedade.

A história é narrada como um conto de fadas, conforme o seu próprio subtítulo sugere. Ou seja, é escrita de modo simples, agradável e acessível a qualquer leitor. Contudo, apesar da linguagem aparentemente inocente, George Orwell proporciona ao público inúmeras camadas de leitura. Assim, a obra é capaz de atrair as mais diversas pessoas, satisfazendo diferentes níveis de intelecto; e, ao que parece, o autor faz isso de modo extremamente natural. Pois "A Revolução dos Bichos" soa como uma produção de rara inspiração, surgida para ter sentido, infelizmente, em qualquer época.

De fato, um dos melhores livros que já tive a oportunidade de ler.

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

"Ninguém sabe o que é um poema", de Ricardo Azevedo

Escrito e ilustrado por Ricardo Azevedo, "Ninguém sabe o que é um poema" faz com que qualquer leitor termine a leitura sabendo o que é um poema, pois é uma verdadeira aula de poesia.

O livro apresenta 38 poemas sensíveis e cativantes, onde, de forma lúdica e criativa, o autor esmiúça o ser humano e a sua sociedade.

Além disso, ao final, a obra traz um suplemento literário no qual explica sobre a origem da poesia, o porquê das rimas, a relação com a música, a ligação com a cultura popular, bem como apresenta o escritor e uma interessante entrevista com ele.

Certamente, "Ninguém sabe o que é um poema" é um dos meus livros favoritos de poesia e deveria estar presente em todas as bibliotecas brasileiras.

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

"Viva e deixe morrer", de Ian Fleming

Um dos filmes mais badalados da franquia 007, incluindo a sua música de abertura, executada pela banda de Paul McCartney, o livro "Viva e deixe morrer" é tão empolgante e vibrante quanto a obra cinematográfica.

Segundo volume escrito por Fleming sobre sua célebre criatura, o espião inglês James Bond, publicado originalmente em 1954, "Viva e deixe morrer" narra a missão em que o agente 007 deve combater o gângster Mr. Big, que, dentre outros delitos, tomou posse de um lendário tesouro e o está inserindo aos poucos no mercado, de maneiras bem criativas. Nesse ínterim, Bond conhece a bela Solitaire, uma espécie de vidente a serviço do criminoso.

É uma leitura interessante e excelente, muito embora choque atualmente pelo posicionamento racista do autor, cujos traços já tinha percebido em outros títulos por ele redigidos, o que é parcialmente explicado pela época -- embora nada justifique esse crime.

Por outro lado, para aqueles que acompanham a sequência dos filmes envolvendo esse protagonista, é agradável e curioso perceber as evoluções de histórias e de personagens, além da quebra de preconceitos e estereótipos presentes no (de)correr do tempo.

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

"Júlio César", de William Shakespeare

Que maravilhosa peça de Shakespeare! Nela, o autor inglês não só narra um trecho significativo da História do Império Romano, como também monta uma das obras de arte mais ricas e relevantes que já existiu.

Os diálogos são magistrais e encantadores, repletos de falas antológicas. Tudo está em seu devido lugar -- assim como o seu autor, o maior dramaturgo de todos os tempos.

Aqui, o personagem Júlio César aparece pouco, mas tudo gira em torno dele -- da sua influência, dos seus traidores, dos seus amigos fiéis, do César que foi enorme mesmo quando morto.

Magnífico!

sábado, 20 de julho de 2024

"...E o vento levou", de Margaret Mitchell

"...E o vento levou" é inegavelmente uma das obras de arte mais grandiosas já criadas. Toda a vez que vejo o filme de 1939 fico extasiado. E agora, ao ler o livro que o inspirou, devorei com voracidade cada uma de suas inúmeras páginas.

"...E o vento levou" é completo: tem romance, comédia, terror, drama, suspense. Romance histórico. Romance de guerra. Romance romântico. Romance realista. Mostra a humanidade. Mostra a crueldade. Mostra as pessoas como são e, também, como aparentam ser.

Margaret Mitchell concebeu uma obra-prima eterna, pois foi uma das poucas escritoras que, apesar de tratar sobre um período importante da História dos EUA, conseguiu alcançar a essência do ser humano e da sua sociedade. É "O Tempo e o Vento" dos americanos! Mas, como tudo o que é feito por eles, é dado muito mais valor e é oferecido com mais interesse ou competência.

"...E o vento levou" dá o que pensar! A respeito dos preconceitos apresentados, sobre o comportamento das pessoas. Não acho, por exemplo, que seja uma narrativa racista. Creio somente que a autora retratou os fatos conforme o pensamento das épocas (do tempo em que se passam os acontecimentos e do momento histórico no qual escreveu esse volume). Além disso, seu conteúdo é tão rico que permite ao leitor questionar as versões oficiais, estudar mais e refazer certos conceitos.

Portanto, penso que "...E o vento levou", essa contribuição cultural elaborada com tanto cuidado, que daqui a alguns anos completa seu centenário, deve ser (re)lida, (re)vista, comentada, debatida, mas nunca condenada nem julgada friamente pela questionável ótica destrutiva adotada atualmente. 

sábado, 6 de julho de 2024

"A Vida do Rei Henrique V", de William Shakespeare

Nesta peça de teor histórico, escrita pelo inglês William Shakespeare, o leitor encontrará não só parte da Guerra dos Cem Anos retratada (do ponto de vista britânico, é lógico), mas também, poesia, comédia, romance e filosofia, as quais temperam a narrativa como somente esse autor foi capaz de fazer.

É notavelmente uma obra shakespeariana, embora esteja bem distante de ser uma das minhas favoritas.