sábado, 25 de junho de 2022

"A mulher na janela", de A. J. Finn

"A mulher na janela" é um dos livros mais empolgantes que já li. Ao mesmo tempo que lembra grandes clássicos, como "O que terá acontecido a Baby Jane?", de Henry Farrell, é uma obra moderna e de qualidade.

A personagem principal, que também narra a história, é uma pessoa culta, problemática e bem interessante. E Finn usa a agorafobia que planejou para a sua personagem Anna Fox como um meio de criar mais suspense.

O autor ainda enriquece o texto com referências a elogiáveis filmes antigos, o que dá muito sabor, graça e clima ao livro.

É um título realmente delicioso, que suga o leitor a cada página lida.

sábado, 11 de junho de 2022

"Silvio Santos: a biografia", de Marcia Batista e Anna Medeiros

Esta biografia conta a história do próprio Silvio Santos, como também do Grupo Silvio Santos e, mais detidamente, do SBT e seus personagens.

A leitura é uma delícia e soa como aquelas indescritíveis narrativas que o lendário Lombardi fazia a respeito dos participantes dos programas do Silvio.

Após a última página, pode-se dizer que a história dessa pessoa fantástica mistura-se demais com a história do Brasil, da comunicação brasileira e dos fatos mais marcantes do século XX.

sábado, 28 de maio de 2022

"Maysa: só numa multidão de amores", de Lira Netto

Esta biografia a respeito da admirável artista Maysa realmente dá o tom daquilo que foi a sua vida: uma mulher repleta de angústias, que procurava a paz; uma amante que se entregava por inteiro aos seus amores, mas que, em razão da sua instabilidade, não conseguiu manter nenhum; uma artista incomparável, que só não foi maior porque conduziu mal a sua carreira; uma pessoa visionária, que não encontrava o seu lugar neste nosso ingrato mundo - especialmente, nosso ingrato e inculto Brasil.

É um livro fascinante e triste, decisivamente uma tragédia escrita.

sábado, 14 de maio de 2022

"Da Rússia, com amor", de Ian Fleming

O livro "Da Rússia, com amor" é uma delícia de se ler! Além de ser literatura de primeira qualidade, sentimos a Guerra Fria latente, acontecendo em suas páginas e no momento histórico em que foi escrito.

Nele, a SMERSH, departamento soviético criado para eliminar espiões estrangeiros, tenta matar James Bond e acabar com a sua reputação, de modo a enfraquecer o Ocidente.

A narrativa elaborada por Fleming é empolgante, viva, verossímil e mantém o suspense até o ponto final.

Uma obra para ser devorada e lembrada para sempre.

sábado, 30 de abril de 2022

"Hitler", de Ian Kershaw

Ainda que já tivesse um conhecimento satisfatório a respeito do Nazismo e da Segunda Guerra Mundial, após assistir à série "Caçando Hitler", do History Channel, senti a necessidade de estudar mais sobre esses assuntos.

Depois de uma breve pesquisa, adquiri a edição condensada de "Hitler", biografia do líder nazista escrita por Ian Kershaw. Embora menor, tendo em vista que originalmente foi publicada em dois volumes, a obra possui mais de mil páginas. E, na minha opinião, demonstra duas características antagônicas: por um lado, a História é tão bem contada que parece que eu estava lendo um romance; por outro, o autor se fixa demais em minúcias que tornam a leitura um pouco maçante, apesar de não tratar aberta e largamente a respeito de temas importantes, como o Holocausto.

Sendo assim, achei um livro imponente e interessante, mesmo que não tenha me apresentado tantas novidades sobre o assunto. É atraente quando discorre a respeito da vida de Adolf Hitler pré-Nazismo, todavia, no que começa a tratar sobre a guerra, detém-se demais em política e estratégia, abordando de modo superficial o sofrimento do povo, os campos de concentração, o ponto de vista externo. Ou seja, é um livro que me acrescentou, mas não tanto quanto eu gostaria.

sábado, 16 de abril de 2022

"Laranja Mecânica", de Anthony Burgess

"Laranja Mecânica" é um livro magistralmente pensado e escrito. É uma leitura divertida, crítica, que instiga reflexões e não prega morais nem convicções. E, sumariamente, é uma observação profunda a respeito do mundo, da sociedade, dos indivíduos.

Anthony Burgess foi genial em não marcar a narrativa em relação ao tempo e ao lugar em que ocorre. Até as referências culturais e históricas referem-se apenas a fatos e coisas já acontecidas na época em que o texto foi redigido, ou que foram criadas pelo autor. Isso só enriquece a obra, pois não a engessa em um contexto específico, tornando-a eterna e atemporal.

É o que se sucede, também, em relação à linguagem utilizada pelos adolescentes em "Laranja Mecânica". Para manter o estranhamento que as pessoas de fora do grupo sempre têm quanto ao linguajar dinâmico dos jovens, bem como não identificar essa linguagem como alguma já existente, o autor inventou a variante linguística nadsat, que mistura termos russos com ingleses, tem todo um ritmo próprio e possui como base um inglês elisabetano mal usado. Esses recursos são geniais porque, de um lado, o uso de palavras russas em plena Guerra Fria reflete a revolta e a provocação adolescente; assim como, de outro, a utilização de um inglês antigo e culto de forma errada mostra uma vontade do indivíduo soar superior e diferente, sem ser devidamente instruído e embasado para isso.

Então, por toda a sua contextualização bem específica, as suas críticas atemporais e o seu humor indireto e infalível, "Laranja Mecânica" é um livro excelente, inigualável e único.

sábado, 2 de abril de 2022

"Heidi", de Johannna Spyri

Li este livro motivado pelo filme homônimo de 1937, estrelado pela Shirley Temple.

A obra literária, só para variar, é mais completa e bem diferente da cinematográfica. Suas páginas falam sobre bondade, crueldade, saúde, doença, desigualdade, fé, diferenças culturais, ciúme, amizade, amor, preconceito, tudo isso transformado pelo doce olhar de uma criança inocente.

"Heidi", então, é uma leitura deliciosa, que encanta a infância que todos carregamos eternamente.