O livro "A Guerra dos Mundos" lembra pouco as suas adaptações cinematográficas, seja por cada versão retratar a invasão alienígena dentro da sua atualidade, seja pela infinidade de detalhes sinistros descritos no texto de Wells, permitindo uma verdadeira viagem por parte dos leitores.
A obra surpreende por vários aspectos: foi publicada pela primeira vez em 1897(!!!); está a séculos a frente de seu tempo; transmite uma sincera sensação de realismo; filosofa a respeito da fragilidade do homem, apesar do seu sentimento de onipotência.
Enfim, o livro "A Guerra dos Mundos" está muito além dos filmes homônimos, tanto pela profundidade da escrita de H. G. Wells quanto pela intenção da produção.
* Degustação:
"[...] Eles costumavam simplesmente dar no pé rumo ao trabalho... já vi centenas deles, de lanche na mão, correndo loucos e limpinhos para pegar seus trenzinhos com passe anual, morrendo de medo de que seriam demitidos se os perdessem; trabalhando em empregos que temiam fazer o esforço de compreender; dando no pé de volta com receio de que não chegariam a tempo para o jantar; não tirando os pés de casa depois da janta pelo terror dos becos e dormindo com as mulheres com quem estavam casados não porque as quisessem, mas porque elas tinham um pouquinho de dinheiro que prometia segurança em sua mísera correria pelo mundo. Vidas cobertas por apólices e um tantinho investido pelo medo de acidentes. E aos domingos... o medo do além. Como se o inferno fosse destinado aos coelhos! Bem, para esses os marcianos vão ser uma dádiva divina. [...]"
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