domingo, 3 de junho de 2018

"Porque Lulu Bergantim não atravessou o Rubicon", de José Cândido Carvalho

Nessa obra, o autor conta anedotas fictícias que representam a "cultura", o comportamento e os costumes do povo brasileiro. Mais do que aquilo que é narrado nas histórias, vale ressaltar o estilo e a propriedade da escrita de José Cândido Carvalho, um mestre, um exemplar usuário da língua portuguesa.

Enfim, um livro imperdível!

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Vejam, por exemplo, o que J. C. Carvalho escreveu em setembro de 1970:

"[...] Publiquei o primeiro livro em 1939 e o segundo precisamente vinte e cinco anos depois. [...] Apareceu o imposto de renda, apareceu Adolf Hitler e o enfarte apareceu. Veio a bomba atômica, veio o transplante. E a Lua deixou de ser dos namorados. Sobrevivi a todas essas catástrofes. E agora, não tendo mais o que inventar, inventaram a tal da poluição, que é doença própria de máquinas e parafusos. Que mata os verdes da terra e o azul do céu. Esse tempo não foi feito para mim. Um dia não vai haver mais pássaros e rosas. Vão trocar o sabiá pelo computador. Estou certo que esse monstro, feito de mil astúcias e mil ferrinhos, não leva em consideração o canto do galo nem o brotar das madrugadas. Um mundo assim, primo, não está mais por conta de Deus. Já está agindo por conta própria."

(CARVALHO, J. C.. Porque Lulu Bergantim não atravessou o Rubicon. Rocco: Rio de Janeiro, 2003. p. 8.)

domingo, 20 de maio de 2018

"As larvas azuis da Amazônia", de Edgard Telles Ribeiro

Um livro de fácil leitura, mas de difícil compreensão. Uma história interessante, repleta de lacunas. Uma obra bem construída, que, infelizmente, não marca.

domingo, 6 de maio de 2018

"A Casa do Penhasco", de Agatha Christie

Fiquei bastante surpreso com essa obra da Agatha Christie, pois aqui ela lida com dissimulação por parte da "vítima", reviravoltas múltiplas e inimagináveis jogos de interesses, envolvendo até mesmo o uso e o tráfico de entorpecentes.

"A Casa do Penhasco", então, é um livro fantástico como sempre são aqueles escritos por Agatha Christie, mas diferente dos demais por revelar com mais afinco a opinião da autora sobre a mentalidade e o comportamento da juventude inglesa nas primeiras décadas do século XX, uma geração que já era fugaz e inescrupulosa.

domingo, 22 de abril de 2018

"Assassinato na casa do pastor", de Agatha Christie

"Assassinato na casa do pastor" não só confirma o incrível talento de Agatha Christie como escritora, como também reforça o admirável caráter que possuía. Porque, em meio a um romance policial construído de forma a deixar o leitor boquiaberto, há argumentos irresistíveis que possivelmente demonstram a opinião da autora sobre determinados comportamentos.

Agatha Christie, assim como a sua adorável personagem Miss Marple, era, acima de tudo, uma apaixonada estudiosa da natureza humana, sendo, por isso, tão fascinante.

domingo, 8 de abril de 2018

"Gaudério do Alegrete: Poesias Campeiras - Volume 2", de Hormain Calovy

Minha prezada tia Dulce me presenteou com esse livro, cujos poemas têm como características as rimas, a linguagem campeira e as temáticas típicas dos trovadores tradicionalistas.

Nele, Hormain Calovy fala até sobre a morte do Ayrton Senna, o que achei muito bacana.

domingo, 25 de março de 2018

"Mística, sabedoria e autoridade no século XIX: estudos sobre o Irmão Francisco, primeiro superior geral dos Irmãos Maristas", organizado por André Lanfrey, Fabiano Incerti e João Luis Fedel Gonçalves

Recebi essa obra como presente de meu admirável primo Fabiano Incerti, do qual tenho muito orgulho (pelo ser humano que sempre foi e pelo profissional que se tornou). Ele participou dos trabalhos que resultaram nesse interessante livro onde, por meio de linhas de pesquisa distintas, a vida do Irmão Francisco é investigada em detalhes, o que nos traz não só informações preciosas sobre essa personalidade marista, mas também a respeito da religião, da política e do pensamento praticados no século XIX.

Apesar de se tratar de uma coletânea de textos científicos cujo assunto pode parecer um pouco restrito, é uma publicação de extremo valor, pois demonstra óticas variadas sobre um religioso menos valorizado do que mereceria, através de pesquisas bem feitas, relatadas em artigos de convidativa leitura.

Portanto, para mim, ex-aluno de escola marista e profissional interessado em pesquisa, é um prato cheio, tendo em vista que a obra discorre a respeito de fatos e pessoas que eu desconhecia e me traz uma amostra do conhecimento que o meu primo desenvolve.

domingo, 4 de março de 2018

"Cassino Royale", de Ian Fleming

Primeiro livro escrito por Ian Fleming, em 1953, cujas páginas apresentam o personagem James Bond ao mundo, "Cassino Royale", na minha modesta opinião, é superior à obra do autor que comentei anteriormente, "007 contra o satânico Dr. No". Tem menos ação, o que pode desagradar parte dos leitores, porém é mais surpreendente e mais inteligente, contendo reviravoltas e diálogos de tirar o fôlego.

Comparando a obra literária com o filme oficial da franquia, lançado em 2006, quando Bond foi interpretado pela primeira vez pelo loiro Daniel Craig (o que levantou uma polêmica enorme), observo que ambas são produções fantásticas, pois, no filme, a equipe encontrou uma maneira diferente e moderna de contar a história, respeitando as linhas escritas por Fleming.

As duas manifestações artísticas contêm passagens memoráveis, como: a terrível tortura sofrida pelo famoso espião, também as tentativas peculiares de assassinato enquanto os personagens jogaram bacará.

Para finalizar, destaco o diálogo entre Bond e Mathis, no momento em que este visitou o agente inglês no hospital. Nessas páginas, Bond afirma que pedirá demissão e, por conta disso, os dois têm uma conversa memorável.