domingo, 30 de dezembro de 2018

"Expresso da meia-noite", de Billy Hayes com William Hoffer

Em "Expresso da meia-noite", William Hayes narra os fatos que envolveram a sua prisão na Turquia por porte de haxixe, bem com a sua subsequente fuga cinco anos depois.

Ele conta tudo o que passou durante aquele período, retratando a atmosfera do presídio e dos outros locais onde esteve, além de descrever as pessoas que mais lhe marcaram.

É, certamente, uma das melhores obras que já li, por apresentar uma história surpreendente e quase inacreditável, escrita de maneira empolgante e comovente.

domingo, 16 de dezembro de 2018

"A Guerra dos Mundos", de H. G. Wells

O livro "A Guerra dos Mundos" lembra pouco as suas adaptações cinematográficas, seja por cada versão retratar a invasão alienígena dentro da sua atualidade, seja pela infinidade de detalhes sinistros descritos no texto de Wells, permitindo uma verdadeira viagem por parte dos leitores.

A obra surpreende por vários aspectos: foi publicada pela primeira vez em 1897(!!!); está a séculos a frente de seu tempo; transmite uma sincera sensação de realismo; filosofa a respeito da fragilidade do homem, apesar do seu sentimento de onipotência.

Enfim, o livro "A Guerra dos Mundos" está muito além dos filmes homônimos, tanto pela profundidade da escrita de H. G. Wells quanto pela intenção da produção.

* Degustação:

"[...] Eles costumavam simplesmente dar no pé rumo ao trabalho... já vi centenas deles, de lanche na mão, correndo loucos e limpinhos para pegar seus trenzinhos com passe anual, morrendo de medo de que seriam demitidos se os perdessem; trabalhando em empregos que temiam fazer o esforço de compreender; dando no pé de volta com receio de que não chegariam a tempo para o jantar; não tirando os pés de casa depois da janta pelo terror dos becos e dormindo com as mulheres com quem estavam casados não porque as quisessem, mas porque elas tinham um pouquinho de dinheiro que prometia segurança em sua mísera correria pelo mundo. Vidas cobertas por apólices e um tantinho investido pelo medo de acidentes. E aos domingos... o medo do além. Como se o inferno fosse destinado aos coelhos! Bem, para esses os marcianos vão ser uma dádiva divina. [...]"

domingo, 2 de dezembro de 2018

"Madame Bovary", de Gustave Flaubert

Decidi realizar a leitura dessa obra por ter lido anteriormente algo sobre o seu autor, bem como por ter recebido essa recomendação da minha orientadora da dissertação de mestrado, que solicitou com certa veemência que eu o fizesse algum dia.

Até a metade do livro, não entendia o motivo para tanto alarde. Parecia-me apenas uma espécie de obra de transição, contrária ao Romantismo, que colocava a personagem Emma, a tal da Madame Bovary, como um tipo de Don Quixote (nesse caso, diferentemente da figura criada por Cervantes, por ter lido muitos e muitos romances românticos, ela frustrava-se com a realidade, sempre à espera do grande amor de sua vida, do seu homem perfeito).

Porém, da metade para o fim, o livro começa a ter mais graça. Após uma sucessão de fatos, percebe-se que, na realidade retratada por Flaubert, não há mocinhos nem vilões. Todos os personagens são egocêntricos e vítimas das circunstâncias.

Dessa maneira, depois de conhecer todo o texto de "Madame Bovary", conclui-se que é um título grandioso, cujas temáticas principais são a traição, o oportunismo e, comandando tudo isso, a brutalidade e a fugacidade do ser humano.

domingo, 18 de novembro de 2018

"O que os cachorros nos ensinam", de Roberta Faria

"Aproveite os prazeres simples", "não desista das pessoas", "contagie com a sua energia", "não guarde ressentimentos", "ame incondicionalmente", "acredite no bem", "seja leal a quem te ama", "faça as pessoas sorrirem", "preste atenção nas pessoas", "confie nos seus instintos". Assim como o livro que comentei anteriormente, "O que os gatos nos ensinam" (de Dilson Branco), a obra em questão apresenta cinquenta imagens e argumentos que reforçam o quanto os cães podem nos tornar seres humanos melhores.

Uma pequena coleção, de imensurável importância, que valoriza cães e gatos e que, por meio da campanha comercial elaborada pela Editora MOL, nos permite ajudá-los pelo menos um pouco.

domingo, 4 de novembro de 2018

"O que os gatos nos ensinam", de Dilson Branco

Composto por imagens belíssimas dos felinos e por cinquenta lições de vida que os gatos são capazes de transmitir aos seres humanos, esse livro é realmente uma joia.

"Mantenha o equilíbrio", "encante-se com o trivial", "esqueça os rótulos", "você não precisa provar nada a ninguém", "festeje a diversidade", "saiba ser coadjuvante", "caia de pé", "valorize sua rotina", "saiba ficar sozinho" e "lamba sua feridas" são alguns dos ensinamentos presentes na referida publicação, que conta, ainda, com um texto explicativo sobre cada um deles.

domingo, 21 de outubro de 2018

"Sonho de uma noite de verão", de William Shakespeare

"Sonho de uma noite de verão" é uma peça divertida e repleta de fantasia. Fala sobre os desencontros amorosos entre as pessoas e a importância da instrução e da preparação quando nos propomos a realizar um trabalho.

***

Bom se fosse como na obra, na qual os desencontros e desamores entre os indivíduos eram causados por seres fantásticos, cuja diversão era o infortúnio dos outros. Assim, a culpa por alguém ter sido grosseiro e/ou severo com o próximo seria eliminada. Do contrário, como está, sabe-se que infelizmente essas atitudes são resultantes da ignorância humana.

domingo, 7 de outubro de 2018

"Poliana", de Eleanor H. Porter

Li "Poliana" pela primeira vez quando criança, numa edição dos anos 70 pertencente à minha mãe.

Contudo, confesso que a obra impactou-me muito mais agora, numa segunda leitura, uma vez que percebi o alto potencial de indagações e críticas dentro de um texto tão romântico.

O livro trabalha com o ponto de vista da criança Poliana, cujas imaturidade e ingenuidade não permitem a real compreensão do funcionamento da complexa vida da sociedade adulta, o que leva o leitor a questionar aspectos importantes da sua existência.

Por outro lado, há o viés dos personagens adultos, que carregam consigo o sentimento de dever, a desilusão, as frustrações, características bem diferentes do otimismo infantil observado na menina.

Porém, a vontade de viver e de ser feliz de Poliana contagia a todos os adultos ao seu redor, proporcionando a eles grande parte dessa vitalidade, desse positivismo. Percebe-se então que, ao argumentar sobre o "jogo do contente", a autora convida o público a praticá-lo durante a sua trajetória também, ajudando as pessoas a tornarem os seus caminhos menos automáticos e mais proveitosos.

E é por tudo isso que esse título, publicado pela primeira vez em 1913, ainda faz tanto sucesso (e sentido), transformando-se em uma leitura obrigatória e inesquecível, aos moldes de "O pequeno príncipe".