terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

"007 contra o satânico Dr. No", de Ian Fleming

Tendo assistido a todos os filmes da franquia "James Bond, 007" sempre com muita curiosidade e interesse, decidi realizar a leitura de pelo menos um dos livros de Ian Fleming, cujas histórias inspiraram essas obras cinematográficas. Então, adquiri (na internet, tamanha a dificuldade de se encontrar) o título "007 contra o satânico Dr. No", em virtude de ter sido o primeiro a ser levado ao cinema.

Sendo assim, após devorá-lo, concluí que o livro é mais crítico e apresenta personagens mais humanos do que o filme. Além disso, desenvolve tipos diferentes de heroísmo e de sedução daqueles observados no cinema, tendo em vista que revela um Bond mais frágil e crível.

Tanto no filme quanto no livro, há fatos e personagens diversos um do outro. Pode-se dizer que isso ocorre em função das possibilidades cinematográficas da época, de diferentes formas de narrativa e de prováveis referências a outras obras do autor.

Por sua vez, mais dinâmico do que o livro, o filme criou uma fórmula constantemente repetida nas suas sequências. Isso se deve ao fato dos roteiristas terem se utilizado do texto do livro com brilhantismo - dentre outros fatores determinantes, como direção, seleção de atores, fotografia, perfeitamente executados, do meu ponto de vista.

Portanto, concluo que os dois, livro e filme, são impecáveis, cada um dentro da sua linguagem. É claro que os livros geralmente são superiores aos filmes que inspiram. Mas, ao comparar esse exemplar com o referido filme, entende-se porque este fez (e faz) um tremendo sucesso e a franquia tem sido cuidada e continuada com redobrado zelo.

***

Curiosidades:

- Honey Rider, a primeira Bond Girl do cinema, interpretada no filme de 1962 pela magnífica Ursula Andress, surge belíssima no livro, porém mais rústica do que a atriz supracitada. Também, possui uma história de vida bem mais triste do que a relatada no cinema e o seu nariz fora quebrado por um estuprador.

- No livro, James Bond enfrenta uma lula gigante, cena que só poderia ter sido realizada de maneira tosca se fosse para o cinema naquela época - um acerto por parte dos produtores, apesar dessa estranha luta aparecer em destaque no trabalho de Fleming.

- As referências aos EUA estão mais presentes no filme, como seria de se esperar - inclusive são os norte-americanos que "resgatam" Bond e Honey Rider no final do filme.

- Já o livro traz ao leitor críticas políticas que passaram bem longe das "telonas" de todo o mundo.

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