sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

"Goldfinger", de Ian Fleming

Nesta famosa missão do agente 007 do MI6, o serviço secreto britânico, James Bond enfrenta o homem mais rico da Inglaterra, Auric Goldfinger, um excêntrico gênio do crime com o toque de Midas.

A narrativa tem um ritmo cadenciado, estudado, perfeito para o jogo de gato e rato praticado pelas duas mentes brilhantes. Cada linha envolve mais o leitor na história e o apresenta a personagens memoráveis, como o capanga coreano Oddjob, as irmãs Masterton e a estonteante líder de uma gangue de criminosas lésbicas, Pussy Galore.

Apenas é lamentável, atualmente, ler uma obra valiosa dessas e se deparar com preconceitos de raça, de gênero e de nacionalidade, o que não percebi em outros livros que li do autor.

Portanto, "Goldfinger" nos diz muito a respeito dos preceitos e preconceitos da sociedade ocidental, assim como proporciona aos seus leitores uma leitura de qualidade inigualável.

sábado, 10 de dezembro de 2022

"Ricardo III", de William Shakespeare

Interessante ler este livro em ano eleitoral, como neste 2022! Nesta peça, Shakespeare insere tudo aquilo que o homem é capaz de realizar em troca de poder, incluindo os jogos de interesses e as manipulações.

E o dramaturgo inglês conta esse recorte horrendo da História por meio de muita poesia e de diálogos inteligentes e inspiradores.

Simplesmente maravilhoso!

sábado, 26 de novembro de 2022

"A cantada infalível" seguido de "A mulher do centroavante e outras histórias", de David Coimbra

Este volume, publicado pela editora L&PM, contém duas obras de contos e crônicas de David Coimbra: "A cantada infalível" e "A mulher do centroavante e outras histórias". Ambas, publicadas logo no início do século XXI, são compostas por textos típicos do David naquele período, muito característicos por sempre apresentarem contextos ligados a futebol e mulheres, todos regados com doses cavalares de criatividade e humor.

Particularmente, recomendo: "O estranho", "Camisa 1", "Lucinha dos livros", "A cantada infalível" e "O corpo" (do primeiro livro); "A sogra do Haroldinho", "A gordinha da padaria", "A mulher do gerente", "A deitadinha no ombro", "A corujinha", "O mito" e "O apostador" (do segundo livro).

Uma obra brilhante e muito divertida!

sábado, 12 de novembro de 2022

"Quem sabe um dia", de Lauren Graham

"Quem sabe um dia", escrito pela talentosíssima Lauren Graham, narra a história de uma garota, Franny Banks, que deseja ser atriz (como a autora da obra, aliás). Para isso, estabelece um prazo máximo em sua vida: se até tal conseguisse engrenar uma carreira segura na área, prosseguiria com a realização do seu sonho; do contrário, retornaria para a sua cidade de origem e se tornaria professora, como o pai.

Ambientada na década de 90, a obra apresenta-se dinâmica, engraçada e inteligente, características demonstradas pela autora em seus trabalhos como intérprete.

Uma baita dica de leitura, leve e interessante, na qual, sutilmente, Lauren Graham sugere que há pouco espaço no sucesso para a verdadeira arte. 

sábado, 29 de outubro de 2022

"Meu avô e eu", de Telma Guimarães

Voltada ao público infanto-juvenil, esta obra trata sobre a vida dos idosos nos asilos e o tratamento destinado a eles pela famílias. O livro fala da existência em seu crepúsculo, da saudade, do abandono, mas também da eterna criança interior, da empatia e da atenção destinada ao outro.

Uma leitura sublime!

sábado, 15 de outubro de 2022

"As velhinhas de Copacabana e outras 49 crônicas que gostei de escrever", de David Coimbra

Este volume, escrito pelo finado David Coimbra, apresenta, como o próprio título diz, cinquenta crônicas redigidas pelo autor. A obra contempla textos de diferentes épocas, elaborados em variados lugares e abordando temas diversos, embora os primeiros possuam temática litorânea e/ou turística.

Tais crônicas revelam a perspicácia, a inteligência e o bom humor típicos do David. E, certamente, compõem um dos livros mais agradáveis que já li na vida.

sábado, 1 de outubro de 2022

"O mundo perdido", de Arthur Conan Doyle

"O mundo perdido", marcante obra de aventura e ficção científica, é digna de Arthur Conan Doyle. A narrativa apresenta-se moderna, vibrante e precisa. O autor, ao longo do texto, pondera bem cada asserção e tem sacadas formidáveis. E, apesar de toda a fantasia da suposta existência de um platô em meio à Amazônia, contendo espécimes pré-históricas, surpreendeu-me demais o conhecimento de Conan Doyle a respeito do Brasil, de sua geografia, dos nomes possíveis que deu aos personagens, e a percepção do funcionamento do país em seus diversos aspectos.

Sendo assim, "O mundo perdido" pode ser considerado um livro, no mínimo, impressionante. E, tendo lido o livro por conta do filme homônimo de 1925, considero que, sendo ambas obras de extrema relevância, a literária traz bem mais experiências ao leitor do que a cinematográfica, a qual, levando-se em conta a época em que foi produzida, é incrível e inovadora até hoje.

sábado, 17 de setembro de 2022

"Uns papéis que voam", de Flávio José Cardozo

"Uns papéis que voam", do catarinense Flávio José Cardozo, contém cinquenta e oito crônicas e contos, incluindo o texto que empresta seu título ao livro, e revela a versatilidade desse premiado escritor. O autor versa a respeito de todo e qualquer assunto, numa toada característica da boa e velha crônica brasileira.

Os textos são criativos e irreverentes, mas, por vezes, antigos/antiquados, tendo em vista que vários deles traduzem uma linha de pensamento que não nos cabe mais, apresentando algumas formas de preconceito, o que, considerando a época de sua produção, é um aspecto condenável porém compreensível.

Portanto, em termos gerais, é um livro que surpreende e deleita o leitor, além de fazê-lo pensar.

sábado, 3 de setembro de 2022

"Papai punk: sem regras, só a vida real", de Jim Lindberg

Comprei este livro simplesmente por ter sido escrito por Jim Lindberg, vocalista da banda norte-americana Pennywise, cujas músicas gosto demais desde criança. E foi uma surpresa muito boa. 

No que concerne ao "papai", é realmente interessante ler sobre o que ele pensa a respeito da paternidade e da educação dos filhos. E, em relação ao "punk", há bastante material propondo reflexões super pertinentes a qualquer pessoa minimamente culta, isso sem contar com a identificação que certamente tive.

sábado, 20 de agosto de 2022

"Ultraje a Rigor: Nós vamos invadir sua praia", de Andréa Ascenção

Muito interessante esta biografia sobre a genial banda brasileira Ultraje a Rigor. Nela, Andréa Ascenção conta a história de cada integrante do grupo, esmiuçando cada formação e o sentimento desses personagens na época; discorre a respeito do contexto do rock a cada período pelo qual o conjunto passou, trazendo preciosidades como uma narração sobre o surgimento do punk no Brasil e fora dele, dentre os sons e movimentos que influenciaram o Ultraje; descreve descompromissadamente (ou naturalmente) o cenário social, político e cultural de cada época; e traz depoimentos reveladores e enriquecedores dos componentes da banda e de outros músicos. Enfim, a obra pormenoriza o Ultraje a Rigor sob todos os aspectos.

Além disso, este belo volume contém diversas fotografias, mostrando os vários períodos da banda e as capas dos discos, bem como as letras das músicas.

Por isso, é um livro agradável a todos que simpatizam com esse grupo, com o rock de modo geral, ou para aqueles que se interessam pela música no Brasil.

sábado, 6 de agosto de 2022

"Misery: louca obsessão", de Stephen King

Assisti ao filme "Louca obsessão" quando ainda era uma criança pequena. Lembro dele até hoje, daquele suspense marcante, com brilhantes atuações de Kathy Bates (que aprendi a admirar desde aquele momento) e do James Caan.

Então, assim que vi a oportunidade de conseguir este livro para ler, fiquei empolgadíssimo. 

A minha surpresa foi que o livro faz o inesquecível filme de outrora parecer fraco e superficial. A obra escrita, enfim, é genial. Ao narrar a história de um escritor que sofre um acidente automobilístico e é resgatado por uma fã nem tão agradável assim, Stephen King cria personagens verossímeis e adoráveis, uma situação muito instigante, bem como uma analogia feita de forma notavelmente perspicaz: o público tem o escritor na mão por conta do esforço deste em agradá-lo; o público poda o escritor, pois sua ignorância força o artista a produzir obras mais comerciais e menos densas do que poderia para, dessa forma, poder sobreviver da arte/cultura.

E, se não bastasse isso, dos títulos que li desse autor, considero o mais bem escrito. Percebe-se facilmente a intenção de Stephen King em dar um recado, em mostrar o que deveras sente.

domingo, 24 de julho de 2022

"Uólace e João Victor", de Rosa Amanda Strausz

Esta verdadeira obra de arte de Rosa Amanda Strausz compara a existência de dois meninos cariocas: Uólace, extremamente pobre, e João Victor, um garoto de classe média.

Partindo de suas diferenças sociais, aos poucos os leitores (e, mais ao fim, os protagonistas) vão percebendo as semelhanças entre ambos: os dois vivem só com a mãe, têm dois amigos principais, possuem preconceitos, desejam as mesmas coisas, etc.

A estrutura do livro é brilhantemente planejada. Cada capítulo é repetido (dois capítulos 1, dois capítulos 2...), mostrando a realidade de cada um dos guris, normalmente relacionada a um mesmo aspecto.

Portanto, "Uólace e João Victor" é um título para ser eternamente lembrado em nossa literatura nacional, pois é realista, humano e pensado em cada pormenor.

sábado, 9 de julho de 2022

"A mãe perfeita", de Aimee Molloy

O livro em questão foca sua narrativa em um grupo de mães de primeira viagem. A tensão acontece quando uma delas tem o seu bebê raptado.

Por ser uma obra de suspense, a leitura é um pouco truncada demais. E o relato dos "dramas da maternidade moderna" enjoam os leitores que não têm tanto interesse no assunto. Além disso, às vezes a história é tão real que foge do tom vibrante do mistério.

Contudo, Aimee Molloy vai dando pistas falsas no decorrer das páginas, o que vai confundindo e aguçando o público. Isso porque a maior parte da investigação que surge no texto é feita pelas mamães do grupo, de forma amadora e desconexa, portanto.

Ainda, pode-se dizer que o epílogo de "A mãe perfeita" dá um nó cego no leitor, o que provoca, inclusive, uma espécie de euforia para devorar cada letra restante no volume.

Sendo assim, com seus altos e baixos, é um título que vale a pena.

sábado, 25 de junho de 2022

"A mulher na janela", de A. J. Finn

"A mulher na janela" é um dos livros mais empolgantes que já li. Ao mesmo tempo que lembra grandes clássicos, como "O que terá acontecido a Baby Jane?", de Henry Farrell, é uma obra moderna e de qualidade.

A personagem principal, que também narra a história, é uma pessoa culta, problemática e bem interessante. E Finn usa a agorafobia que planejou para a sua personagem Anna Fox como um meio de criar mais suspense.

O autor ainda enriquece o texto com referências a elogiáveis filmes antigos, o que dá muito sabor, graça e clima ao livro.

É um título realmente delicioso, que suga o leitor a cada página lida.

sábado, 11 de junho de 2022

"Silvio Santos: a biografia", de Marcia Batista e Anna Medeiros

Esta biografia conta a história do próprio Silvio Santos, como também do Grupo Silvio Santos e, mais detidamente, do SBT e seus personagens.

A leitura é uma delícia e soa como aquelas indescritíveis narrativas que o lendário Lombardi fazia a respeito dos participantes dos programas do Silvio.

Após a última página, pode-se dizer que a história dessa pessoa fantástica mistura-se demais com a história do Brasil, da comunicação brasileira e dos fatos mais marcantes do século XX.

sábado, 28 de maio de 2022

"Maysa: só numa multidão de amores", de Lira Netto

Esta biografia a respeito da admirável artista Maysa realmente dá o tom daquilo que foi a sua vida: uma mulher repleta de angústias, que procurava a paz; uma amante que se entregava por inteiro aos seus amores, mas que, em razão da sua instabilidade, não conseguiu manter nenhum; uma artista incomparável, que só não foi maior porque conduziu mal a sua carreira; uma pessoa visionária, que não encontrava o seu lugar neste nosso ingrato mundo - especialmente, nosso ingrato e inculto Brasil.

É um livro fascinante e triste, decisivamente uma tragédia escrita.

sábado, 14 de maio de 2022

"Da Rússia, com amor", de Ian Fleming

O livro "Da Rússia, com amor" é uma delícia de se ler! Além de ser literatura de primeira qualidade, sentimos a Guerra Fria latente, acontecendo em suas páginas e no momento histórico em que foi escrito.

Nele, a SMERSH, departamento soviético criado para eliminar espiões estrangeiros, tenta matar James Bond e acabar com a sua reputação, de modo a enfraquecer o Ocidente.

A narrativa elaborada por Fleming é empolgante, viva, verossímil e mantém o suspense até o ponto final.

Uma obra para ser devorada e lembrada para sempre.

sábado, 30 de abril de 2022

"Hitler", de Ian Kershaw

Ainda que já tivesse um conhecimento satisfatório a respeito do Nazismo e da Segunda Guerra Mundial, após assistir à série "Caçando Hitler", do History Channel, senti a necessidade de estudar mais sobre esses assuntos.

Depois de uma breve pesquisa, adquiri a edição condensada de "Hitler", biografia do líder nazista escrita por Ian Kershaw. Embora menor, tendo em vista que originalmente foi publicada em dois volumes, a obra possui mais de mil páginas. E, na minha opinião, demonstra duas características antagônicas: por um lado, a História é tão bem contada que parece que eu estava lendo um romance; por outro, o autor se fixa demais em minúcias que tornam a leitura um pouco maçante, apesar de não tratar aberta e largamente a respeito de temas importantes, como o Holocausto.

Sendo assim, achei um livro imponente e interessante, mesmo que não tenha me apresentado tantas novidades sobre o assunto. É atraente quando discorre a respeito da vida de Adolf Hitler pré-Nazismo, todavia, no que começa a tratar sobre a guerra, detém-se demais em política e estratégia, abordando de modo superficial o sofrimento do povo, os campos de concentração, o ponto de vista externo. Ou seja, é um livro que me acrescentou, mas não tanto quanto eu gostaria.

sábado, 16 de abril de 2022

"Laranja Mecânica", de Anthony Burgess

"Laranja Mecânica" é um livro magistralmente pensado e escrito. É uma leitura divertida, crítica, que instiga reflexões e não prega morais nem convicções. E, sumariamente, é uma observação profunda a respeito do mundo, da sociedade, dos indivíduos.

Anthony Burgess foi genial em não marcar a narrativa em relação ao tempo e ao lugar em que ocorre. Até as referências culturais e históricas referem-se apenas a fatos e coisas já acontecidas na época em que o texto foi redigido, ou que foram criadas pelo autor. Isso só enriquece a obra, pois não a engessa em um contexto específico, tornando-a eterna e atemporal.

É o que se sucede, também, em relação à linguagem utilizada pelos adolescentes em "Laranja Mecânica". Para manter o estranhamento que as pessoas de fora do grupo sempre têm quanto ao linguajar dinâmico dos jovens, bem como não identificar essa linguagem como alguma já existente, o autor inventou a variante linguística nadsat, que mistura termos russos com ingleses, tem todo um ritmo próprio e possui como base um inglês elisabetano mal usado. Esses recursos são geniais porque, de um lado, o uso de palavras russas em plena Guerra Fria reflete a revolta e a provocação adolescente; assim como, de outro, a utilização de um inglês antigo e culto de forma errada mostra uma vontade do indivíduo soar superior e diferente, sem ser devidamente instruído e embasado para isso.

Então, por toda a sua contextualização bem específica, as suas críticas atemporais e o seu humor indireto e infalível, "Laranja Mecânica" é um livro excelente, inigualável e único.

sábado, 2 de abril de 2022

"Heidi", de Johannna Spyri

Li este livro motivado pelo filme homônimo de 1937, estrelado pela Shirley Temple.

A obra literária, só para variar, é mais completa e bem diferente da cinematográfica. Suas páginas falam sobre bondade, crueldade, saúde, doença, desigualdade, fé, diferenças culturais, ciúme, amizade, amor, preconceito, tudo isso transformado pelo doce olhar de uma criança inocente.

"Heidi", então, é uma leitura deliciosa, que encanta a infância que todos carregamos eternamente.

sábado, 19 de março de 2022

"As aventuras de Huckleberry Finn", de Mark Twain

"As aventuras de Huckleberry Finn" é um livro muito divertido que narra o que se passa com o personagem Huck Finn, uma criança pobre, oprimida pelo pai, e que elabora artimanhas para fugir dessa realidade.

A história é contada pelo próprio menino, lembrando muito do ponto de vista infantil que pode ser observado no seriado "Chaves", por exemplo.

Através da visão ingênua de Huck, o leitor pode ler nas entrelinhas toda a crítica social que Mark Twain constrói a respeito do funcionamento do mundo e dos EUA da época.

Então, "As aventuras de Huckleberry Finn" é, no mínimo, uma leitura curiosa, senão obrigatória para os amantes da Literatura.

sábado, 5 de março de 2022

"A Ilha de Tesouro", de Robert Louis Stevenson

"A Ilha do Tesouro", escrito pelo mesmo autor de "O médico e o monstro", narra uma história repleta de mistérios e aventuras, sendo assim uma obra divertidíssima de se ler.

Suas linhas apresentam ao leitor personagens marcantes, como o pirata Long John Silver, e formaram incontáveis leitores dentre a juventude.

sábado, 19 de fevereiro de 2022

"A Abadia de Northanger", de Jane Austen

"A Abadia de Northanger" traz ao leitor os elementos já conhecidos dentro da obra de Austen, mas também agrega características novas e louváveis.

Em relação ao primeiro aspecto, percebe-se os cuidados na análise crítica da sociedade da época e na inserção no âmago dos personagens, apesar da narrativa tipicamente romântica.

Quanto ao segundo, as presenças do mistério e das alusões a obras literárias reais lidas pelas personagens principais foram bem-vindas e empolgantes, assim como a variação das ambientações soou fascinante.

Por esses detalhes, pode-se afirmar que "A Abadia de Northanger" é um dos textos mais admiráveis da admirável Jane Austen.

sábado, 5 de fevereiro de 2022

"Drácula", de Bram Stoker

Após ver e rever várias das obras em vídeo influenciadas pelo famoso livro clássico envolvendo o personagem Conde Drácula, decidi lê-lo, para conhecer como o icônico vampiro surgia nessas magistrais páginas.

Constatei, então, diversos fatos:

1º O livro, publicado em 1897, apresenta uma narrativa muito moderna, pois, apesar da linguagem romântica típica da literatura do século XIX, a história é toda contada por cartas, trechos de diários, notícias e reportagens jornalísticas, o que me remeteu aos atuais filmes de terror, narrados em primeira pessoa, da perspectiva das filmagens realizadas pelos personagens principais.

2º Mesmo observando a variada gama de obras artísticas baseadas em "Drácula", nota-se que há uma infinidade de elementos e recortes que podem ainda ser explorados, característica que torna-o um livro inesgotável.

3º Por mais moderna que ambicione ser, a narrativa, infelizmente, revela traços racistas, machistas e elitistas, tão típicos da época quanto a linguagem romântica já citada.

Sendo assim, por vários e sensacionais motivos, "Drácula" é uma leitura deliciosa e fantástica. Um marco na cultura mundial.

sábado, 22 de janeiro de 2022

"Visões do golpe", de Maria Celina D'Araujo, Gláucio Ary Dillon Soares e Celso Castro

O livro em questão apresenta depoimentos de dose oficiais que articularam o Golpe Militar de 1964 no Brasil. E é muito interessante!

É sempre curioso observar os diferentes pontos de vista que se pode ter sobre os assuntos, sobre as questões. Até porque os indivíduos não se enxergam como vilões da História. Todos se veem como mocinhos, com plausíveis justificativas para os seus atos.

Sendo assim, essa obra estampa as versões menos difundidas a respeito dessa temática e, por conta disso, provoca inúmeras reflexões no leitor.

Uma baita leitura!

sábado, 8 de janeiro de 2022

"ABC de José Cândido de Carvalho", de Claudia Nina

"ABC de José Cândido de Carvalho" é uma obra que conta a história desse fascinante autor, de maneira não linear. Isso porque segue o alfabeto, apresentando uma letra por capítulo, onde a autora Claudia Nina elege um assunto a ser comentado. Por exemplo, para o "A", "Academia Brasileira de Letras"; para o "B", "Brasil profundo"; para o "C", "Campos dos Goytacazes".

Mas, apesar dessa estrutura diferenciada, é fácil montar o percurso histórico da vida de JCC e saber o essencial sobre aquilo que foi importante em sua marcante existência. Por outro lado, para um leitor desavisado, há, no final do livro, uma cronologia apontando os fatos mais relevantes na trajetória de Cândido de Carvalho.

Enfim, uma obra deliciosa, que proporciona uma imensa vontade de conhecer mais a respeito do autor.